A ONG americana United States Green Building Council (USGBC)
busca ampliar o acesso a construções
verdes no período de uma geração. Para isso, criou o LEED (Leadership in Energy and
Environment), certificação que indica liderança em energia
e meio-ambiente na construção civil. Atualmente há 35 mil projetos certificados
em 91 países, compreendendo quase 460 milhões de metros quadrados.
Com foco na redução do uso de energia,
as construções, certificadas economizam dinheiro para os proprietários, reduzem
a emissão de gases de efeito estufa e contribuem para a proteção do meio
ambiente e da sociedade.
O representante da USGBC no Brasil
é o CBG Brasil, que já certificou 10
construções no país, entre elas a agência do Banco Real em Cotia e a
Universidade da Petrobrás no Rio de Janeiro. Há 139 construções em processo de
certificação. Um número ainda pequeno, mas que cresceu muito em 2009
(foram 92 novos pedidos), apesar da crise econômica mundial...
O processo de certificação analisa todo
o ciclo de vida do empreendimento, da concepção ao descarte de
resíduos, avaliando, por exemplo:
ü o uso de materiais
reciclados ou de demolição
ü a incorporação de
eficiências energéticas
ü os sistemas de
reaproveitamento de água
ü a estrutura de
coleta seletiva de lixo
ü se o
terreno já pertence a uma área consolidada e bem servida por transporte público
Conforme a pontuação obtida em uma
análise de 69 critérios o empreendimento pode ser classificado como (em ordem
crescente de “sustentabilidade”):
1.
Verde2. Prata
3. Ouro
4. Platina
O professor da Escola
Politécnica da USP, Cláudio
Alencar em uma entrevista para a revista Brasil Sustentável do CEBDS, mencionou que “um empreendimento com
critérios sustentáveis tem valorização de até 20% em sua
revenda após 20 anos de uso… a redução do valor do condomínio chega a 30%”.
No Brasil
percebe-se a necessidade de agregar ao LEED, questões sociais referentes
a condições de trabalho na construção civil e ao impacto a biodiversidade.
Ambas as questões estão sendo consideradas pelo GBC Brasil em um projeto
de adaptação do LEED, que considera ainda, a redução de pontos por eficiência
energética (já que a matriz energética brasileira é baseada
principalmente na energia renovável das hidrelétricas).
Nos Estados Unidos várias
cidades e até mesmo estados, já estão aprovando leis exigindo que todas as
construções governamentais atendam aos padrões LEED. O novo World
Trade Center e o novo Bank of America ambos em Nova York seguem os padrões LEED
e talvez sejam os prédios de escritórios mais verdes de
todo o mundo. Outros exemplos são:
Ø A Nokia
que construiu sua sede com materiais reciclados e uso de aquecimento e
iluminação solar
Ø As cidades
de Masdar em Abu Dhabi (veja o vídeo em inglês:http://www.youtube.com/watch?v=ovly1dQGKH4)
...
Ø ... e de Dongtan,
próximo a Shanghai na China, ambas projetadas comocidades verdes
Finalmente a construção
civil pode seguir padrões internacionais de
sustentabilidade. Certamente os benefícios para a sociedade e para o
planeta Terra serão imensos, pois a construção civil é uma das indústrias que
mais impacta na mudança climática. Vamos torcer para que os lucros sigam
os benefícios e que o LEED torne-se o quanto antes uma realidade na
construção civil, elevando sua qualificação no Brasil e no mundo.
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