domingo, 6 de janeiro de 2013

LEED: sustentabilidade na construção civil


A ONG americana United States Green Building Council (USGBC)  busca ampliar o acesso a construções verdes no período de uma geração. Para isso, criou o LEED (Leadership in Energy and Environment), certificação que indica liderança em energia e meio-ambiente na construção civil. Atualmente há 35 mil projetos certificados em 91 países, compreendendo quase 460 milhões de metros quadrados.

Com foco na redução do uso de energia, as construções, certificadas economizam dinheiro para os proprietários, reduzem a emissão de gases de efeito estufa e contribuem para a proteção do meio ambiente e da sociedade.

O representante da USGBC no Brasil é o CBG Brasil, que já certificou 10 construções no país, entre elas a agência do Banco Real em Cotia e a Universidade da Petrobrás no Rio de Janeiro. Há 139 construções em processo de certificação. Um número ainda pequeno, mas que cresceu muito em 2009 (foram 92 novos pedidos), apesar da crise econômica mundial...

O processo de certificação analisa todo o ciclo de vida do empreendimento, da concepção ao descarte de resíduos, avaliando, por exemplo:

ü o uso de materiais reciclados ou de demolição

ü a incorporação de eficiências energéticas

ü os sistemas de reaproveitamento de água

ü a estrutura de coleta seletiva de lixo

ü se o terreno já pertence a uma área consolidada e bem servida por transporte público

Conforme a pontuação obtida em uma análise de 69 critérios o empreendimento pode ser classificado como (em ordem crescente de “sustentabilidade”):
1.     Verde
2.     Prata
3.     Ouro
4.     Platina

O professor da Escola Politécnica da USP, Cláudio Alencar em uma entrevista para a revista Brasil Sustentável do CEBDS, mencionou que “um empreendimento com critérios sustentáveis tem valorização de até 20% em sua revenda após 20 anos de uso… a redução do valor do condomínio chega a 30%”.

No Brasil percebe-se a necessidade de agregar ao LEED, questões sociais referentes a condições de trabalho na construção civil e ao impacto a biodiversidade. Ambas as questões estão sendo consideradas pelo GBC Brasil em um projeto de adaptação do LEED, que considera ainda, a redução de pontos por eficiência energética (já que a matriz energética brasileira é baseada principalmente na energia renovável das hidrelétricas).

Nos Estados Unidos várias cidades e até mesmo estados, já estão aprovando leis exigindo que todas as construções governamentais atendam aos padrões LEED. O novo World Trade Center e o novo Bank of America ambos em Nova York seguem os padrões LEED e talvez sejam os prédios de escritórios mais verdes de todo o mundo. Outros exemplos são:

Ø A Nokia que construiu sua sede com materiais reciclados e uso de aquecimento e iluminação solar

Ø As cidades de Masdar em Abu Dhabi (veja o vídeo em inglês:http://www.youtube.com/watch?v=ovly1dQGKH4) ...

Ø ... e de Dongtan, próximo a Shanghai na China, ambas projetadas comocidades verdes

Finalmente a construção civil pode seguir padrões internacionais de sustentabilidade. Certamente os benefícios para a sociedade e para o planeta Terra serão imensos, pois a construção civil é uma das indústrias que mais impacta na mudança climática. Vamos torcer para que os lucros sigam os benefícios e que o LEED torne-se o quanto antes uma realidade na construção civil, elevando sua qualificação no Brasil e no mundo.

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