Escritora homenageada
BERNADETE CRECÊNCIO LAURINDO
A
Ações Literárias Editora apresenta esta belíssima coletânea de poesias que vem
homenagear Bernadete Crecêncio
Laurindo.
Escritora
de encantadores escritos literários, suas obras carregadas de doçuras, encantos
e poesias, soam harmoniosamente entre arranjos de letras e se transformam em lindos
versos, horas de amor, sonhos e realidades.
Somos
27 escritores nesta coletânea, mas as primeiras páginas são todas dedicadas a
ela, por sua dedicação literárias, sua caminhada, para que fique registrado em
nosso cenário literário.
Escritores Participantes
Amanda
Lima De Oliveira
Andréa
Miriam Laurindo Siqueira
Anna
Figueira
Antonio
Cesar Gomes Da Silva
Bernadete
Crecêncio Laurindo
Dolores
Flor
Dorenice
Flor Da Cruz
Ireneu
Bruno Jaeger
Jacinaila
Louriana Ferreira
Josivaldo
Constantino Dos Santos
Josiane
Domeni Lima
Jusineia
Menezes De Carvalho
Kiara
B. Anhon.
Leni
Zilioto
Mafalda
Moreno
Manoel
Rodrigues
Marcelo
Afonso Portes
Maria
Clara Flor
Maria
Cristina De Sá Pereira
Marlete
Dacroce
Marilene
Sousa Henning
Marlene
Santos Da Silva
Rosane
Gallert Bet
Shirlei
Alexandra Da Silva
Simone
De Sousa Naedzold
Valter
Figueira
Vilson
Roque Bocca
Bernadete Crecêncio
Laurindo
Fundadora
e Ocupante da Cadeira número 04 da Academia Sinopense de Ciências e Letras (ASCL)
Patrono:
Cruz e Sousa
Catarinense
de São José, reside em Sinop há 33 anos. Advogada, professora e aposentada, por
tempo de serviço, pelo Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso, como Oficial
de Justiça. Graduada em Letras e Direito, cursou Pós-Graduação Lato Sensu, com
Especialização em Língua Portuguesa.
Escreve
contos, crônicas e poemas. Foi Presidente da Academia Sinopense de Ciências e
Letras, no período de setembro de 2015 a outubro de 2016.
Veio
para Sinop em janeiro de 1986, com o fim de gerir a criação, implantação e
funcionamento da Escola Gente Esperança da APAE local.
Professora
desde os quinze anos de idade, sua prática docente abrangeu, desde o ensino
fundamental à Universidade. Atuou nas modalidades de ensino regular e ensino especial
- área de Deficiência Visual, com o método de escrita e leitura ampliado e
Braille.
É
membro do Fórum Permanente de Educação do Município de Sinop, e participou da
elaboração do Plano Decenal de Educação para o decênio 2015/2025.
Falando com a homenageada
29/11/2019
AL: Como foi o
seu primeiro contato com a literatura?
R: Bernadete: Vejo que
tenho várias respostas para esta pergunta. Atenho-me às mais curiosas
lembranças: muito antes de "conhecer as letras", eu já me via às
voltas com livros das minhas irmãs; lembro-me de uma tarde de muito sol, entre
um canteiro de dálias e rosas, eu debruçada sobre um livro, seguindo as
letrinhas, esperando que elas se mexessem como as formiguinhas, nos canteiros
de rosas da minha irmã... Eu sentia atração irresistível, curiosidade, pelas
letras... E me perdia por entre os labirintos desenhados por elas.
Ao
aprender a ler, ainda no primeiro ano escolar, obtive autorização da
professora, e com avidez, corri à biblioteca do colégio, para pegar meu
primeiro livro: Alice no País das Maravilhas! Inesquecível, para mim! Cheguei à
adolescência, ainda com "inveja" da Alice... Depois desse livro, não
parei mais de ler.
Concretamente,
minha primeira produção literária se deu ainda no primeiro ano. Dona Mônica, a
Professora, nos apresentou uma gravura, representando uma galinha e seus
pintinhos, fugindo assustados, de algum invisível perigo. Mandou que
escrevêssemos sobre isso. Lembro-me do tema que escolhi - imaginei que a mãe
buscava proteger seus filhotes, de uma tempestade iminente. Devo ter escrito
muito bem, pois Dona Mônica se mostrava encantada; ria e relia a redação, e
saiu a mostrá-la a outras professoras.
AL: Desde quando
a senhora escreve literatura?
R: Bernadete: Considero
que iniciei aí, com essa redação, minhas produções literárias. Em criança e na
adolescência, escrevi muita coisa que hoje, por certo, teriam seu encanto...
Voaram, porém, nas asas do tempo; ou viraram cinzas, nos diários de
adolescente...
Somente
em novembro de 2015, publiquei meu primeiro livro.
AL:Fale-nos um
pouco do seu trajeto literário.
R: Bernadete: Sinto
como se já tivesse chegado "aqui", ao mundo, compromissada com o
escrever, com a Literatura. A graduação em Letras escancarou-me portas para a
uma certa "intimidade" com os autores, os que há muito eu
"espiava", embevecida. Daí, timidamente, comecei a pensar: - E se eu
pudesse escrever um livro?...
AL: Como é
que surge a ideia de escrever um livro?
R: Bernadete: Não
produzo, especificamente, visando à publicação. À medida que escrevo e os
textos se acumulam, faço uma avaliação, ponho-os à apreciação e decido então,
publicá-los.
AL: Como
funciona o seu processo de criação? Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
R: Bernadete: "Luz",
é assim que vejo esta sensação de chamado ao qual não há resistir. A Poesia
clama por ser escrita; parece que vem de "um país" onde não há relógio,
calendário, espaço geográfico e nada que não seja ela; ela surge quando quer, e
esse é o seu tempo; precisa ser segurada num papel, num registro, e no seu
instante, porque é repente, é fugaz. Então, obediente às suas
"excentricidades", arranjo logo um jeito de segurá-la, onde quer que
ela me encontre. Já produzi textos em filas de banco e de consultas médicas, em
aviões, ônibus, em aeroportos, em rodoviárias, e caminhando. Já escrevi em
guardanapos de restaurantes, em margens de jornais e revistas, e em papel de
embrulhar pão.
AL: Você é
graduada em Direito e Letras. Como esses conhecimentos te ajudam na hora de
escrever?
R: Bernadete: Ambos
os cursos, Letras e Direito têm a palavra como matéria prima de sua produção.
Letras estuda a alquimia das palavras, suas metamorfoses e nuanças; para
determinar seu querer jurídico, Direito usa toda essa vasta gama de sentidos e
valores que aportam em cada palavra. Aí, ela é como ferro em brasa na mão do
ferreiro: ele a molda, lhe dá forma. É como barro na mão do oleiro... Daí a
afinidade dessas Ciências com a produção literária.
AL: Quais
escritores influenciaram o seu processo de criação literária, desde o início?
R: Bernadete: José
de Alencar e Cruz e Sousa, por primeiro, despertaram minha atenção para a
beleza da poesia na palavra. O livro Iracema, lido ainda no segundo ano escolar
me impressionou de tal forma, que por anos, eu sabia de cor, a primeira página:
"Verdes mares bravios da minha terra natal, onde canta a jandaia nas
frondes da carnaúba..." Cruz e Sousa, pelos versos que eu ouvia meu irmão
declamar: "Vozes veladas, veludadas vozes..."
AL: Quais
são os seus próximos projetos literários?
R: Bernadete: A
publicação de um livro que estou escrevendo; projeto de longa data, que conta a
história de uma família sob o estigma da hanseníase, durante o governo de
Getúlio Vargas. Uma história real.
AL: Quais
são seus escritores / livros favoritos?
R: Bernadete: Tantos,
para nominá-los! Entre romancistas e poetas e suas obras, citando-se, para
constar, na Literatura Brasileira: de Padre Antônio Vieira, a Cruz e Sousa,
Alphonsus de Guimaraens, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Zélia Gatai, Érico
Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes,
João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Ferreira Gullar, Manoel de Barros,
Mário Quintana, Ariano Suassuna, a Adélia Prado e Paulo Leminski. Entre esses,
incluo obras de poetas e romancistas Membros da Academia Sinopense de Ciências
e Letras, e tantos mais autores de todos os tempos, que me encantam
sobremaneira. Entre os gêneros literários, prefiro o narrativo - romance,
contos e crônicas; e o lírico - sonetos, versos livres e haicais.
AL: Qual obra
sua que você gostaria de destacar?
R: Bernadete: Há um
certo bloqueio, certa "timidez", não sei bem, em destacar determinado
texto ou obra. Ocorre-me, no entanto, destacar aqui, a obra Versos e seus
Reversos, meu último livro. Indico-o, assim como os outros, especialmente,
quando a alma pede poesia...
AL: Qual
dica você deixaria para escritores iniciantes, com base em suas próprias
experiências?
R: Bernadete: Primeiro,
deseje. Não falo em sonho, o sonho pode se desfazer, como nuvem; não se
aforando a uma conduta ética, o desejo busca, se impõe, realiza. Se deseja
publicar um livro, defina o que quer desse livro. Escreva, produza, dê asas ao
seu projeto. Não se intimide. Junte tudo isso a muito estudo e muito empenho. A
partir daí tudo é possível.
Curadoria
- Dolores Flor
Editora - Ações Literárias
Fonte - www.escritorescontemporaneos.com.br
Fonte - www.escritorescontemporaneos.com.br
Leni
Zilioto
Pag.
Simples assim
Nacional, você.
Sua pele, seu cheiro,
seu jeito de ser.
Madrugada, você.
O vulto na soleira da porta.
À porta, você.
Sua pele, seu cheiro,
seu jeito de ser.
A porta, abriu,
para você.
De mansinho, você
derrubou barreiras,
com seu jeito de ser.
Abri (-me), para você.
Para sua pele, para seu cheiro,
para seu jeito de ser.
A rainha da noite
Aguardo,
sentada em
minha rede,
olhando para
o leste e
cantando as estrelas.
Repasso meu
dia,
lembro minha
infância,
desejo uma
companhia.
Falo comigo
de tudo
e de todos.
Depois ela
chega,
majestosa,
redonda,
iluminada,
trazendo na
cauda
toda a minha
poesia.
Ela chega
para me fazer
companhia.
A Rainha da
noite.
A Lua!
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