sábado, 25 de janeiro de 2020

Escritores Contemporâneos - Volume 1


Escritor homenageado 
IRENEU BRUNO JAEGER 



É com alegria que a Ações Literárias Editora, apresenta o 1º volume da Antologia Escritores Contemporâneos, a qual vem homenagear o escritor mato-grossense Ireneu Bruno Jaeger, apresentando um pouco de sua carreira literária, alguns dos seus poemas e uma entrevista encantadora. 

Esta traz outros 21 autores residentes atualmente em Mato Grosso:

Amanda Lima de Oliveira
Anna Figueira
Antonio Cesar Gomes da Silva
Bernadete Crecêncio Laurindo
Dolores Flor
Ireneu Bruno Jaeger
Jacinaila Louriana Ferreira
Josiane Domeni Lima
Josivaldo Constantino dos Santos
Júlio Cesar Marques de Aquino
Kiara Baco Anhon
Leni Zilioto
Manoel Rodrigues Leite
Marcelo Afonso Portes
Maria Clara Flor
Marilene Sousa Henning
Marlete Dacroce
Rosane Gallert Bet
Simone de Sousa Naedzold
Valeria Luz
Valter Figueira


Ireneu Bruno Jaeger

Prof. Ireneu é natural de Itapiranga (SC), casado com a Profa. Isabela Norma Jaeger e tem três filhos (Paulo, Marisa e Márcia), sete netos e uma bisneta. Como professor, lecionou em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. É formado pela Universidade Católica do Paraná, no Curso de Filosofia Ciências e Letras, com habilitação em Português e Literatura, Latim e Literatura e Inglês. É aposentado pela Universidade do Estado de Mato Grosso. Chegou a Sinop no dia de Natal de 1977. Foi por duas vezes diretor eleito da Escola Estadual "Nilza de Oliveira Pipino". Foi por duas vezes coordenador eleito da UNEMAT- Campus de Sinop. Em sua gestão, foi conseguido o atual prédio da UNEMAT junto ao prefeito Antônio Contini. Além da atuação no magistério, sempre atuou como escritor, tendo fundado em Santa Catarina os jornais: Clarinadas. Itapiranga em Marcha, Oeste em Marcha. Ali foi fundador e diretor da Rádio Itapiranga. É um dos fundadores da Academia Sinopenses de Ciências e Letras.


Falando com nosso homenageado
29/11/2019

AL: Como foi o seu primeiro contato com a literatura?
Ireneu: Abraços a todos. Comecei a gostar de escrever quando estudante em Salvador do Sul. Os professores tinham que aguentar de ler toda fantasia que escrevia. Vou anexar um poema em que apresento isso.

AL:Desde quando o senhor escreve literatura?
Ireneu: Depois dos anos de estudante, já em Itapiranga, minha cidade natal, mantive um jornal. Primeiro se chamou "Clarinadas", depois "Itapiranga em Marcha" e finalmente "Oeste em Marcha". Depois, morando em Curitiba, em concurso para professor, encadernei os jornaizinhos e entreguei como "escritos" e me valeram muito na nota.

AL: Como é que surge a ideia de escrever um livro?
Ireneu: A ideia de escrever livro sempre comichava o interior. Então, quando já professor na UNEMAT/SINOP, criei coragem e escrevi o primeiro: Luzerna. O título é inspirado em passagem do "Navio Negreiro" de Castro Alves.

AL:Fale-nos um pouco do seu trajeto literário.
Ireneu: Depois que a gente começa a escrever é como um vício. Não de cachaça. Vício bom, vício de escrever.

AL: Como funciona o seu processo de criação? Quais sãos suas manias (ritual da escrita)?
Ireneu: Quase sempre parte de uma leitura. Lendo uma ideia interessante a gente fica pensando" e se vez de aurora, escrevesse sobre o pôr-do-sol, ou em vez de falar da alegria eu falasse da tristeza etc.

AL: Quais escritores influenciaram o seu processo de criação literária, desde o início?
Ireneu: Escritores que muito me influenciaram: Castro Alves, Gonçalves Dias, Carlos D. Andrade, Euclides da Cunha, Rachel de Queiroz, Pablo Neruda, Machado de Assis e é claro, meu patrono na Academia Sinopense de Ciências e Letras, Mário Quintana. Temos muitos outros bons autores.

AL: Quais são os seus próximos projetos literários?
Ireneu: Pretendo lançar no ano que vem um livro de poemas.

AL: Quais são seus escritores / livros favoritos?
Ireneu: Confesso que não consigo fazer uma viagem sem trazer mais algum livro para casa. Vou citar alguns: Os Meninos da Caverna de Rodrigo Carvalho, O Tatuador de Auschwitz de H. Morris, Guia politicamente incorreto da História do Brasil de Leandro Marloch, a História do Brasil para quem tem pressa de Marcos Costa; livros de poesia: Cora Coralina, Dentro da Noite Veloz, Ferreira Gullar, livros de Cecília Meireles, Luís Fernando Veríssimo como modelo de crônica literária; Mário Palmério com Vila dos Confins e Guimarães Rosa com Grande Sertão Veredas, boas antologias poéticas de várias editoras.

AL: Qual obra sua que você gostaria de destacar?
Ireneu: Fiz uma pequena gramática que está com edições esgotadas com o título de "Curso Básico de Português", com três edições esgotadas... Serviu para muitos se prepararem para concursos e vestibulares. Pedem para fazer nova edição. Mas cadê o dinheiro?

AL: Qual dica você deixaria para escritores iniciantes, com base em suas próprias experiências?

Ireneu: Ninguém aprende a escrever sem antes aprender a ler e interpretar. O Brasil precisa dar mais valor à criatividade. Se alguém colocar criatividade na prova do Enem provavelmente vai reprovar. A criatividade precisa ser fomentada também nas ciências. Não esperar sempre que "japoneses inventem tudo e nós simplesmente copiamos." Não existe literatura sem criatividade.

Curadoria - Dolores Flor
Editora - Ações Literárias
Fonte - www.escritorescontemporaneos.com.br  


Leni Zilioto
Pág. 45 e 46

Banho de mel
Cada um seu sabor,
               seu cheiro,
               sua lembrança,
               sua história,
               sua pele.
Um é maracujá,
               outro é rosas brancas,
               há também o Angel,
               e a você, ao declarar eu te amo,
               dediquei rosas vermelhas.
Ocupei grande parte do meu tempo
para encontrar esse aroma
e fazer com que rosas vermelhas
minha pele exalasse para você.
Aconchego.
Momento para marcar uma história
importante.
Abri-me para a sensibilidade,
para a beleza, para o amor.
Tua resposta foi a melhor
que tive em todas as experiências.
Uma atitude pulsante.
Sentimentos confirmados.
Não é preciso falar eu te amo.
Vivemos o amor.
Encontrei em você o leitor
do que vai escrito em mim.
Rosas vermelhas e um banho de mel.
Amor.


   [OPÇÃO]

        Faz tempo, muito tempo,
        que minha mão não faz o movimento do coração;
        não registra minha emoção.
                 Há tempo de espera,
                há tempo de poda,
                 há tempo de produção.
        Não há mais tempo.
        Não há tempo pro sol,
        não há tempo pra lua,
        não há tempo pra ficar nua.
                 Faz tempo, muito tempo,
                 que não há mais tempo.
                Os filhos se foram
                e eu continuo sem tempo
                para um beijo de bom-dia,
                 um padre-nosso ou ave-maria.
        Quem não perdeu tempo foi o tempo.
        Cantou o tempo todo
        ao som da chuva.
         Perfumou o ar
         ao movimento de cada primavera.
        Sorriu para a vida
        com o canto dos pássaros.
        Refrescou os pés
        que dedicaram tempo ao orvalho.
                O tempo viveu seu tempo.
                 Já eu
                 não percebi
                 que perdi meu tempo
                dedicando tempo
                a um tempo
                que não segurou meu tempo e,
                em tempo,
                decido dar um tempo.
        Sento
        neste momento
         na varanda,
         olho o sol se pondo,
        respiro fundo esse tempo
        e percebo meu amor sorrindo.

         Vivo (em tempo)
         um bom tempo.

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