terça-feira, 23 de abril de 2019

CULTURA


PORTAL DA CIDADE SINOP

Dia 18 de abril, Dia Nacional do Livro Infantil, publica trajetória para chegar ao livro UMA FLORESTA, UMA MENINA E UM MANEQUIM.


Leni Zilioto, a escritora que conquistou Sinop



Conheça a vida de uma das escritoras mais lidas nas escolas municipais de Sinop com seu livro infantil: Uma floresta, uma menina e um manequim.

Postado em 18/04/2019 às 09:29 | 


Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente, frase de Érico Veríssimo, o autor mais amado pela escritora sinopense Leni Chiarello Zilioto, que desde cedo se encantou pela poesia e se destacou no cenário regional. Com 56 anos, a escritora sinopense nos conta um pouquinho sobre a sua vida e sobre suas obras no dia internacional do livro infantil.
Conheça:
Filha de descendentes italianos e religiosos, a riograndense vem se destacando no cenário regional nos últimos anos. Com mais de 10 obras publicadas, a autora perpassa por narrativas históricas e infantis e hoje é reconhecida por sua nova série de livros: Uma floresta, uma menina e um manequim. Livro que se encontra nas bibliotecas de escolas públicas municipais e que conta a história embasada em fatos reais e de encantamento.


Porém, a narrativa histórica ao jeito ficcional só ocupou espaço na vida da escritora quando chegou em Mato Grosso na cidade de Nova Mutum, antes, o frio, o vinho e a ânsia de sentimentos, fizeram dos livros da autora um lirismo gaúcho de maneira infantil e reflexiva. 
A autora, em uma entrevista exclusiva, nos conta como iniciou uma carreira de sucesso na Literatura e deixou claro que a sensibilidade e a vontade fizeram dela uma das autoras mais lidas em Sinop.
De família grande, ainda guarda na memória a imagem de uma menina ativa e que era apaixonada pela natureza. Em alguns momentos, ela descreve cenas que nos remetem a uma vida de alegria e de muita diversão. Era assim que crescia a menina gaúcha.
Criada na roça com mais oito irmãos, a autora foi alfabetizada pela mãe, professora, e descobriu a palavra escritora e pronunciada pela primeira vez ao prefeito da cidade onde residia na época, quando o mesmo perguntou o que ela queria ser quando crescesse. A palavra escritora fez estranhamento entre os colegas, mas seguiu em frente a um propósito sem interesse e marcando as pessoas. 
Foi assim que publicou seu primeiro livro. Já casada e com filhos, Leni se dedicava à Educação como professora e diretora e fez da biblioteca da escola, um espaço de socialização e de conhecimento.
Em um aniversário, uma amiga da família que também era bibliotecária da escola onde Leni era diretora gravou um CD com músicas de John Lenon e Celine Dion e, na capa, ilustrou um de seus poemas “Caminhos cruzados”, título atribuído a uma obra do autor que mais aprecia. “Foi uma surpresa!”, descreveu a autora. 


Com isso, resgatou seus antigos poemas que escreveu quando jovem em blocos e cadernos sem pretensão alguma de virar livros. Entre poemas religiosos, amorosos e sociais, a autora selecionou alguns e publicou seu primeiro livro na Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo no Rio Grande do Sul.
Mas, ainda tinha uma certa restrição quanto às críticas das pessoas. Foi quando resolveu entregar seus escritos a um médico da família que analisou rigorosamente e disse a ela publicar sem modificar nada. A Leni se surpreendeu com a decisão, pois tinha receio que as pessoas da cidade lessem e não gostassem, mas a frase argumentativa proliferada pelo médico da família fez florescer uma grande poeta. “Você quer ser escritora para Serafina ou para o mundo?”, relembrou a provocação feita. Com essa indagação guardada em sua mente, a escritora colocou o pé definitivamente na Literatura. “Meu primeiro livro foi cru. Sem revisão, sem nada. Eram poemas bem de menina de 15 anos. Mas no lançamento do livro, eu vi que queria ser escritora. Eu realmente me vi nesse caminho.”, compartilhou a sensação a escritora.
A poeta, por influência da mãe, tentou seguir a carreira de freira. Foi ali, nos retiros de muitos finais de semanas, que amadureceu e escreveu com intensidade poesias religiosas. 
Hoje com 12 obras publicadas, a escritora conta que colocou um objetivo de vida de publicar um livro a cada dois anos e acredita que o lugar influencia no que escrever. Em Nova Mutum, após pesquisa sobre a cidade, verificou que não havia livros locais que mostravam o nascimento e o crescimento, o único que existia falava especificamente de homens desbravadores. Foi quando teve a ideia de narrar o desbravamento por um olhar feminino e com mulheres reais. Fez pesquisa e publicou seu primeiro livro que dialogava com o narrativo, histórico e poético. 
O livro foi tão bem reconhecido de que ao vir para Sinop, uma de suas leitoras pediu para que fizesse aqui também. Foi quando lançou a história das mulheres pioneiras de Sinop. Um livro requintado e com pitadas de história e nostalgia. 
Em uma das conversas com uma das pioneiras, resolveu criar a história infantil de uma menina que tinha medo de bonecos de vitrines de lojas, manequins. O lançamento foi um sucesso que chegou a virar exposição em locais públicos de Sinop e levado até a cidade de Vera, onde será exposto no Centro Cultural da cidade em forma de instalação permanente.
Mas nem tudo foram flores no caminho da escritora. Ela nos contou que quando chegou em Mato Grosso ficou perdida. Não se desenvolvia no campo pessoal e profissional e que a publicação de um de seus livros soa um tanto biográfico “Carolina fechou uma porta”, que bateu recorde de vendas e em um ano chegou a três edições. O livro praticamente é um desabafo de uma fase de entendimento e de amadurecimento.

LIVRO INFANTIL



Uma Floresta, uma menina e um manequim é o início de uma jornada de cinco livros. Onde os leitores vão acompanhar o crescimento de uma menina que viveu na roça e que tinha medo de manequim e que ao final, ela se transforma em uma linda Manequim de passarela. 
O livro pode ser encontrado nas bibliotecas públicas de escolas municipais de Sinop e que este ano poderá ser lançado sua continuação.

IMPRESSÕES



O Portal da Cidade Sinop ao entrevistar a escritora pôde perceber que falar de Literatura e de suas obras, Leni mostrou através do olhar sua paixão perante os livros e seus autores. Conseguiu nos ilustrar, sua vida em uma narrativa cativante e de muito lirismo e que ainda há muito para mostrar em seus próximos livros. 
Agradecemos a oportunidade de divulgar uma das autoras mais reconhecidas em Sinop e que sua vida seja inspiração para mais “meninas” que saíram de uma caixa e (re)conheceu o mundo.

Fonte: Portal da Cidade Sinop



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