segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mercado imobiliário atrai investidores que querem lucro e segurança



Investidores apostam no setor imobiliário como forma de obter bons lucros e em busca da segurança que não existe no mercado de capitais

Na hora de investir, surge a dúvida sobre a melhor forma de aplicar o dinheiro. Entre as inúmeras possibilidades, o mercado imobiliário é uma boa alternativa para quem busca obter uma renda estável. E, com o aquecimento da economia, investir em apartamentos, salas comerciais e lotes aparece como opção de retorno financeiro. Diante dessas possibilidades, como saber qual delas é a melhor?

Quem optar por um apartamento ou sala comercial pode estar certo de que são ativos reais seguros, capazes de garantir bons lucros, segundo afirma o diretor da D-Fillipo Netimóveis, José De Fillipo. “Um imóvel bem comprado pode trazer para o seu investidor excelentes resultados.”

Caso seja essa a alternativa escolhida, o empresário recomenda a aquisição de imóveis na planta, que são mais rentáveis que os já construídos. “Isso porque, quando o apartamento fica pronto, o lucro, que seria do construtor, passa a ser do investidor”, esclarece. De Fillipo observa, inclusive, que essa tem sido a escolha preferida de jovens investidores, que optam por locar o imóvel assim que ele é entregue e, com o aluguel, pagam uma parte das prestações do financiamento.

Diretor da Ronaldo Starling Netimóveis, Ronaldo Starling concorda que os imóveis comprados durante sua construção, geralmente, apresentam menor preço. “Além da vantagem da maior flexibilidade na condição de pagamento, porém, com prazo de retorno do investimento mais longo”, ressalva.

Já os novos apresentam menor oferta no mercado e, salvo os financiamentos pelo sistema financeiro habitacional, menor flexibilidade na condição de pagamento.

Menores

Segundo De Fillipo, com relação aos imóveis prontos, pode-se optar por investir em residenciais ou comerciais, que podem ser vendidos depois da valorização patrimonial ou alugados, garantindo uma renda mensal extra. “Apartamentos menores, de um ou dois quartos, são os mais procurados”, revela.

Proprietário de lojas e salas há mais de 10 anos, o advogado e empresário Carlos Frederico Castro acredita que o negócio é um excelente investimento. “A demanda por esse tipo de imóvel vem crescendo em Belo Horizonte e no resto do país. O retorno financeiro hoje se compara aos melhores rendimentos de outras aplicações financeiras. A locação, ao longo dos últimos anos, vem crescendo acima da inflação.”

Para Castro, uma das grandes vantagens do investimento é sua valorização consistente ao longo dos anos. E, apesar de o mercado estar mais cauteloso, o declínio das economias tradicionais, como Europa e Estados Unidos, tornou o Brasil a “bola da vez”, como avalia o empresário. “Os investidores desse setor procuram a segurança que não existe no mercado de capitais. Portanto, a expectativa para este ano é boa”, considera.


Negócio Lucrativo

Possibilidade de valorização maior que a de fundos de renda fixa e da caderneta de poupança são alguns dos atrativos para investir em imóveis

A aposta em lotes, outra opção de investimento, tem como vantagem o fato de não necessitar de grandes custos para manutenção, segundo o diretor de vendas da Gran Viver, Marco Túlio Silva. “O tempo é seu grande aliado, diferentemente de outros bens móveis, como carros, que se desvalorizam com o passar dos anos. Além disso, um lote não sofre com crises econômicas, aquecimento global ou mudanças de governo. Já dizia o velho ditado: ‘quem compra terra, não erra'".

Marco Túlio lembra que são inúmeras as opções que geram bons retornos. “O investidor pode aguardar a valorização do lote e vendê-lo a preços bem maiores. No caso de lotes fora dos condomínios, pode construir um imóvel residencial e alugar os apartamentos, ou um galpão para empreender um novo negócio, obtendo uma renda complementar na aposentadoria".

Independentemente de como será o uso do lote, o diretor de vendas afirma que eles são ótimos investimentos, já que valorizam mais que fundos de renda fixa e caderneta de poupança. Mas, para obter lucro, é preciso escolher com critério. “A pessoa deve analisar o crescimento da vizinhança, o comércio e a qualidade das construções do entorno, entre outros quesitos. Esses fatores é que vão determinar sua valorização”, ressalta.

Advogado da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Leandro Pacífico destaca que, no caso de lotes novos, é essencial averiguar se o empreendimento está ou não regularizado e se a matrícula de todos os imóveis já foi individualizada. “Também é importante verificar com qual tipo de infraestrutura contará o loteamento e, principalmente, averiguar na prefeitura se há algum entrave à realização de obras de infraestrutura."

Além disso, o advogado chama a atenção para o conhecimento da Lei 6766/79, que determina a proibição da venda de lotes que não estiverem registrados/desmembrados. “Caso o comprador verifique a irregularidade, a lei prevê, inclusive, a suspensão dos pagamentos para o loteador."

Independentemente da escolha – apartamentos, salas comerciais ou lotes –, Pacífico diz que analisar a regularidade do registro e do vendedor é indispensável para uma venda segura em todos os três casos. Em relação aos apartamentos, o mais importante é a documentação constante no cartório do registro de imóveis e a documentação do vendedor."

Credibilidade

Para quem está em busca de boas oportunidades, o advogado da ABMH conta que situações juridicamente mais complicadas – inventário, leilão, imóvel com restrição – também podem representar boas oportunidades de ganhos. “Mas a assessoria jurídica é indispensável."

apartamentos na planta necessitam de análise da incorporação do imóvel, além de observação sobre a solidez da construtora e a qualidade construtiva, que pode ser verificada pelo tipo de acabamento utilizado. “É muito importante ainda saber em que segmento se quer investir (luxo, classe média ou imóveis para baixa renda), pois para cada um desses públicos há um tempo de retorno, valorização, potencial de crescimento etc."

No caso dos imóveis comerciais, a assessoria jurídica também é indispensável e o valor do aluguel a ser obtido com ele tem relação direta com o sucesso do investimento, assim como o valor do condomínio. “Ainda que se compre pensando em vender, o imóvel comercial terá valor de venda atrelado ao valor de aluguel proporcionado”, diz o advogado.

Na hora de alugar o imóvel, é preciso ter cuidado na escolha do inquilino, para evitar prejuízos. “O imóvel comercial pode ter depreciação dependendo de como é utilizado. Determinadas atividades podem acabar mais com ele e, se for sala, é bom ficar atento ao valor do condomínio”, alerta Pacífico.

Em todos esses tipos de investimentos, apesar de serem mercados distintos, há uma estagnação em relação ao preço, segundo o advogado. “Assim, quem compra hoje o imóvel deve ficar atento a propostas milagrosas de valorização feitas por alguns corretores, principalmente se fundamentadas no boom imobiliário iniciado em 2009. Ganhos passados não garantem ganhos futuros."

Pacífico comenta que, atualmente, a valorização poderá ocorrer em determinadas regiões. Por isso, o investidor deve observar o potencial de crescimento do bairro, da localização do imóvel. “Empreendimentos como shoppings, hospitais, bancos e escolas podem valorizar uma região. Obras públicas também costumam elevar o preço do imóvel”, indica.

COMPARE A ESCOLHA

POSSIBILIDADE DE INVESTIMENTOS

Apartamentos

» Comprar o imóvel pronto e alugá-lo
» Aguardar a valorização do bem e vendê-lo a preços bem maiores
» Comprar na planta e vendê-lo ou alugá-lo quando for entregue, pagando uma parte das parcelas do financiamento com o valor recebido do aluguel
» Verificar a parte documental do imóvel e buscar uma consultoria confiável


Salas Comerciais

» Comprar a sala e alugá-la, garantindo uma renda mensal extra no fim do mês

Lotes

» Aguardar sua valorização e vendê-lo a preços bem maiores
» Construir um imóvel e alugar os apartamentos
» Construir um galpão e empreender um novo negócio


PRECAUÇÕES

Apartamentos e salas comerciais

» Verificar a parte documental do imóvel e buscar uma consultoria confiável


Lotes

» Verificar o licenciamento do lote e o registro junto ao cartório de registro de imóveis
» Visitar o imóvel pessoalmente


Por: Júnia Leticia
Fonte: Estado de Minas

domingo, 6 de janeiro de 2013

Corretores de imóveis podem conquistar nova fonte de renda mensal


 
Os corretores de imóveis podem obter nova renda mensal redigindo um documento chamado “Escrito Particular de Venda”. Segundo o código civil, artigo 108, este documento pode substituir a escritura pública nos imóveis ou terrenos com valor menor ou igual a 30 salários mínimos. Os profissionais que moram em cidades pequenas são os mais beneficiados, pois ainda existem propriedades neste valor.

Este serviço é ainda pouco divulgado, então muitas vezes é desconhecido pelos registros de imóveis. Os profissionais devem conversar com os oficiais e alertá-los sobre a validade do documento que é garantido por lei. O contrato deve conter todas as exigências dos artigos 222 e 225 da lei 6.015/73, firmas reconhecidas, inclusive as das testemunhas, e ser enviado aos registros em duas vias.

O corretor de imóveis de Siqueira Campos, Rodrigo D. Teixeira, há um ano redige o Escrito Particular e afirma que é muito simples trabalhar com este sistema. “Descobri que este documento era válido em um livro de direito imobiliário e comecei a utilizá-lo, atualmente já produzi mais de 100 minutas”.

Teixeira comenta também que alertou o vice-presidente licenciado do Creci-PR, Junior Pucci, para que divulgasse esta informação para os outros corretores de imóveis do Paraná. “Muitos profissionais não trabalham com isso por que desconhecem o Escrito Particular, portanto achei interessante compartilhar a minha experiência com os meus colegas de classe”.

Junior Pucci relatou que este documento é muito interessante e que o profissional está de parabéns pela iniciativa. “Pessoas como Teixeira contribuem muito para a classe imobiliária, ajudam a profissão a evoluir”.

Fonte: imprensa.crecipr

 

INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL (Modelo)

 ADVERTÊNCIA - O presente modelo de contrato de promessa de compra e venda de imóvel é apenas um padrão destinado a dar ao leitor um entendimento superficial dos caminhos existentes. Entretanto, este modelo não substitui o advogado de sua confiança, que deverá ser consultado para a feitura de documentos jurídicos.

 

Por este INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA, DE UM LADO como PROMITENTES VENDEDORES,................(nome - do marido e mulher se forem casados, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço) e, DE OUTRO LADO, como PROMISSÁRIO COMPRADOR, ...............(nome, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço), têm entre si, justo e contratado o que segue, que se obrigam a observar e cumprir, por si, seus herdeiros e sucessores.

CLAUSULA PRIMEIRA - OS PROMITENTES VENDEDORES são legítimos proprietários e possuidores do seguinte imóvel:

Uma Casa (ou Terreno ): situado à Rua/Av.....................nº....., constituído pelo LOTE nº.... (.......................), que mede (Descrever as medidas de frente, lado direito, esquerdo, fundos, etc);lançado pela Municipalidade sob a inscrição cadastral n.º........................... e matriculado sob o nº ................., do ...Serviço de Registro de Imóveis de ......

CLAUSULA SEGUNDA - O preço certo e ajustado pela compra do imóvel acima descrito é de R$ ............ (..............), que os PROMITENTES VENDEDORES receberão em..............prestações mensais de R$.......... (......................), do PROMISSÁRIO COMPRADOR, sendo a primeira em .............e a última em.............., em boa e corrente moeda nacional.

CLAUSULA TERCEIRA - O não pagamento das parcelas no seu vencimento acarretará multa de ......% e juros de 1% ao mês, mais correção monetária, ou havendo atraso de mais de 30 (trinta) dias em qualquer das parcelas, poderá o considerar rescindido o presente contrato com a consequente reintegração de posse. No caso de rescisão, as benfeitorias se incorporarão ao imóvel e as parcelas pagas serão devolvidas com a dedução de .........% ( ........por cento), a título de multa, e mensalidades de permanência no imóvel a título de aluguel arbitrado amigável ou judicialmente, conforme valor de mercado.

Parágrafo único: – Qualquer recebimento fora do prazo, pelo PROMITENTES VENDEDORES, será considerado mera liberalidade, não alterando qualquer cláusula do presente contrato.

CLAUSULA QUARTA - A presente transação é feita em caráter irrevogável e irretratável, exceto no caso de inadimplência das partes.

CLAUSULA QUINTA - Os PROMITENTES VENDEDORES se compromete a apresentar toda a documentação necessária para outorga da escritura definitiva de compra e venda: certidões de propriedade atualizadas (VINTENÁRIA), recibos e certificados do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), certidões de distribuições cíveis, justiça federal, certidões de protestos, certidões de esclarecimento ou qualquer outro documento relativo à área e que seja exigido por lei para lavratura da escritura definitiva.

CLAUSULA SEXTA - Os PROMITENTES VENDEDORES declara que o imóvel objeto do presente se encontra livre e desembaraçado de quaisquer ônus, dívidas, inclusive fiscais, hipotecas legais, judiciais e convencionais, e de quaisquer outros gravames, o que faz sob as penas da lei, devendo inclusive responder pela evicção.

CLAUSULA SÉTIMA - As despesas de lavratura da escritura e recolhimento do ITBI, correrão única e exclusivamente por conta do PROMISSÁRIO COMPRADOR.

CLAUSULA OITAVA - A escritura definitiva será outorgada ao PROMISSÁRIO COMPRADOR ou a quem este indicar, dentro de .......... dias após o pagamento da última prestação.

CLAUSULA NONA - Os PROMITENTES VENDEDORES declaram expressamente, sob as penas da lei, que não está sujeito, na qualidade de pessoa jurídica, às exigências do Instituto Nacional da Seguridade Social - INSS, para promover a presente venda.

CLAUSULA DÉCIMA - O PROMISSÁRIO COMPRADOR entra, desde já, na posse do imóvel, podendo fazer nele quaisquer benfeitorias ou melhoramentos, vedado, porém, o direito de demolir, alterar ou praticar qualquer ato que venha a depreciar ou diminuir o preço do imóvel, objeto deste contrato, bem como ferir posturas municipais sem o competente alvará expedido pela Prefeitura.

CLAUSULA DÉCIMA PRIMEIRA - Comparece como intermediário da presente transação o corretor de imóveis ..........................(nome, qualificação, CRECI nº) (Cláusula não necessária).

CLAUSULA DÉCIMA SEGUNDA - Fica eleito o foro da Comarca de ......................... para dirimir qualquer questão oriunda deste contrato.

E, por estarem todos de comum acordo, as partes assinam e rubricam o presente instrumento, em duas vias de igual teor e forma, juntamente com duas testemunhas, e autorizam, desde já, todos os registros necessários em decorrência deste documento.

LOCAL/DATA

 

PROMITENTES VENDEDORES:

................................................

Fulano:

...............................................

Fulana (esposa do vendedor):

 

 

PROMISSÁRIO(A) COMPRADOR(A):

..................................................

Fulano(a):

LEED: sustentabilidade na construção civil


A ONG americana United States Green Building Council (USGBC)  busca ampliar o acesso a construções verdes no período de uma geração. Para isso, criou o LEED (Leadership in Energy and Environment), certificação que indica liderança em energia e meio-ambiente na construção civil. Atualmente há 35 mil projetos certificados em 91 países, compreendendo quase 460 milhões de metros quadrados.

Com foco na redução do uso de energia, as construções, certificadas economizam dinheiro para os proprietários, reduzem a emissão de gases de efeito estufa e contribuem para a proteção do meio ambiente e da sociedade.

O representante da USGBC no Brasil é o CBG Brasil, que já certificou 10 construções no país, entre elas a agência do Banco Real em Cotia e a Universidade da Petrobrás no Rio de Janeiro. Há 139 construções em processo de certificação. Um número ainda pequeno, mas que cresceu muito em 2009 (foram 92 novos pedidos), apesar da crise econômica mundial...

O processo de certificação analisa todo o ciclo de vida do empreendimento, da concepção ao descarte de resíduos, avaliando, por exemplo:

ü o uso de materiais reciclados ou de demolição

ü a incorporação de eficiências energéticas

ü os sistemas de reaproveitamento de água

ü a estrutura de coleta seletiva de lixo

ü se o terreno já pertence a uma área consolidada e bem servida por transporte público

Conforme a pontuação obtida em uma análise de 69 critérios o empreendimento pode ser classificado como (em ordem crescente de “sustentabilidade”):
1.     Verde
2.     Prata
3.     Ouro
4.     Platina

O professor da Escola Politécnica da USP, Cláudio Alencar em uma entrevista para a revista Brasil Sustentável do CEBDS, mencionou que “um empreendimento com critérios sustentáveis tem valorização de até 20% em sua revenda após 20 anos de uso… a redução do valor do condomínio chega a 30%”.

No Brasil percebe-se a necessidade de agregar ao LEED, questões sociais referentes a condições de trabalho na construção civil e ao impacto a biodiversidade. Ambas as questões estão sendo consideradas pelo GBC Brasil em um projeto de adaptação do LEED, que considera ainda, a redução de pontos por eficiência energética (já que a matriz energética brasileira é baseada principalmente na energia renovável das hidrelétricas).

Nos Estados Unidos várias cidades e até mesmo estados, já estão aprovando leis exigindo que todas as construções governamentais atendam aos padrões LEED. O novo World Trade Center e o novo Bank of America ambos em Nova York seguem os padrões LEED e talvez sejam os prédios de escritórios mais verdes de todo o mundo. Outros exemplos são:

Ø A Nokia que construiu sua sede com materiais reciclados e uso de aquecimento e iluminação solar

Ø As cidades de Masdar em Abu Dhabi (veja o vídeo em inglês:http://www.youtube.com/watch?v=ovly1dQGKH4) ...

Ø ... e de Dongtan, próximo a Shanghai na China, ambas projetadas comocidades verdes

Finalmente a construção civil pode seguir padrões internacionais de sustentabilidade. Certamente os benefícios para a sociedade e para o planeta Terra serão imensos, pois a construção civil é uma das indústrias que mais impacta na mudança climática. Vamos torcer para que os lucros sigam os benefícios e que o LEED torne-se o quanto antes uma realidade na construção civil, elevando sua qualificação no Brasil e no mundo.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

FLORESTAS INTELIGENTES CRESCE E LUCRA COM ECONOMIA VERDE


Preocupada com o desenvolvimento da sociedade e a preservação do meio ambiente, empresa vende mudas adultas de árvores nativas da Mata Atlântica. Em um ano de atuação, já são 7,8 hectares plantados.

Desenvolver a sociedade, restaurar o meio ambiente e, ao mesmo tempo, lucrar com isso. É esse o objetivo da Florestas Inteligentes, empresa criada em 2010 pelos sócios Paulo Franzine, Sérgio Cammarano e Carlos Abbondanza.

Tudo começou com uma ideia inovadora: vender mudas adultas (com mais de um metro, diferentemente da maioria dos viveiros que oferece mudas jovens) de mais de 150 árvores nativas da Mata Atlântica para compensações ambientais, recomposição florestal e paisagismo. “Nós decidimos dar essa manutenção concentrada e depois transplantar”, conta Paulo Franzine, explicando que após três ou quatro meses, a muda adulta já sobrevive sem cuidados especiais.

Porém, a inovação não era a única preocupação dos três sócios. “A empresa tinha que ter princípios de sustentabilidade. Ou seja, ser baseada no tripé meio ambiente, financeiro e social”, lembra Franzine. A perna ambiental já existia no próprio produto, que inclui também vasos biodegradáveis e substrato à base de casca de arroz — “lixo” da agricultura do Vale do Paraíba, onde a empresa se localiza.

O desafio era achar uma forma de integrar esse produto com o trabalho social e definir qual a camada da população que poderia ser beneficiada com o processo. “Procuramos uma classe social que tinha necessidade de integração. E não há classe social mais excluída que o preso”, responde Sérgio Cammarano.

O Estado oferece a possibilidade de implantar o processo produtivo utilizando mão de obra carcerária. O pagamento é de um salário mínimo e há a redução de pena. Ação social “de verdade” Mas a ideia era transformar isso numa ação social “de verdade”. Mesmo levando em consideração que, por estarem em regime semiaberto, os reeducandos ficariam na empresa apenas entre seis e nove meses, a Florestas Inteligentes decidiu, em parceria com mestrandos da Esalq-USP, capacitar seus funcionários e entregar certificados técnicos de jardinagem, paisagismo e viveirismo.

De 100 reeducandos que tiveram os cursos, 16 estão empregados após deixarem o presídio, sendo que dois deles estão na Florestas Inteligentes. Além disso, há preocupação em reintegrar o reeducando e sua família. “A família às vezes tem vergonha. Se ele está trabalhando, essa percepção melhora”, afirma Paulo Franzine. Outras ações sociais da Florestas Inteligentes são a capacitação e a entrega de equipamento de proteção para coletores de sementes da comunidade do entorno, além das aulas de educação ambiental no Ensino Médio de escolas públicas. Após três anos, os alunos que se interessarem por ciências da terra terão acesso a bolsas de estudo em universidades da região.

Finalizando o tripé, a Florestas Inteligentes visa lucrar e não oferecer assistencialismo. Os sócios prospectaram locais para montar a fábrica, escolhendo o Centro de Progressão Penitenciária Dr. EdgardMagalhães Noronha, emTremembé, interior de São Paulo.

Para o diretor do presídio, Silvio Ferreira de Camargo Leite, a parceria também tem sido proveitosa. “Nunca vi um grupo trabalhar com tanta satisfação. É olhar para o trabalhador e ver a alegria, a disciplina. E tem muita procura, por conta dos certificados e do tipo de trabalho. Como laborterapia, não tem nada melhor do que mexer com a natureza”.

Tendo plantado uma área total de 7,8 hectares e cerca de 2 milhões de árvores, a empresa começou as vendasem21 de setembro de 2011, não coincidentemente, o dia da árvore. E, mostrando o sucesso do empreendimento, já foi convidada a implantar viveiros e fábricas em cinco outros presídios. Aceitou um deles: até 21 de setembro será lançado o projeto no antigo Instituto Penal Agrícola, em Bauru.

A expectativa de crescimento é positiva, já que o custo ambiental é de 1%do total investido. Somente no Estado de São Paulo, a previsão de investimento da gestão atual é de R$ 80 bilhões, sendo que a compensação ambiental deve ser de R$ 800 milhões. “Isso daria para plantar 500 vezes nosso estoque”, comenta Franzine.

Fonte texto: http://www.investe.sp.gov.br/noticias/lenoticia.php?id=16657

Narrativas de Distopia: Reflexões sobre o Mundo Atual na Ficção

1. O Reflexo Distorcido: Distopias servem como espelhos distorcidos da sociedade atual. Ao explorar mundos sombrios e opressivos, os escrito...