sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

  NOVAS TECNOLOGIAS – Instrumento pedagógico para educação capaz de gerar cultura ecológica e exercício da cidadania

Leni Chiarello Ziliotto
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Educadora, Bióloga, Consultora e Escritora
 Especialista em Supervisão Escolar,
em Educação a Distancia e em Educação Ambiental
Mestranda em em Gestão e Auditoria Ambiental
Doutoranda em Epistemologia e Historia da Ciencia

Assmann (1998) afirma que “a evolução da humanidade chegou a uma fase que nenhum poder econômico ou político é capaz de controlar a explosão dos espaços do conhecimento”. Perceber as vantagens que esses espaços oferecem no sentido de qualificar o processo de aprendizagem humana é importante para a Educação. O processo de evolução na área tecnológica acarretou, também, uma mudança no ambiente natural do planeta Terra em proporções prejudiciais à vida. Com isso, urgem ações de sustentabilidade.
É preciso encontrar um denominador comum entre a sustentabilidade e o desenvolvimento. A “explosão” social do desenvolvimento continuará. O compromisso está em garantir a sustentabilidade da vida. Por isso, a importância da sensibilização dos futuros gestores ambientais a fim de que eles percebam sua condição humana no Planeta: também criatura.
Este artigo tem a proposta de sensibilizar para a importância de uma ação ambiental dos grupos sociais humanos bem como de promover a percepção da necessidade de um processo de apropriação da tecnologia de rede enquanto ambiente comunicacional e de exercício da cidadania.
A preocupação com a vida no planeta Terra é mundial, fazendo desse um assunto obrigatório em todas as esferas humanas, e a tecnologia é o contexto emergente das sociedades contemporâneas. Assim, se discute brevemente as questões sobre o processo de aprendizagem humana; as novas tecnologias; práticas pedagógicas contextualizadas; formação dos profissionais da educação e a relação entre essas questões para uma sociedade cidadã. 
Hissa diz que a modernidade consolida o espírito cientifico resumido nas vacinas, no combate às pestes e na reprodução de promessas de vida melhor.

Ela se sumariza através do processo de acumulação capitalista, na expectativa de que a ampliação da produção e do consumo fará o mundo progressivamente mais moderno, de pessoas melhores, mais saudáveis, menos espoliadas. Sonhos modernos de promessas não cumpridas. (HISSA. 2008, p. 19)


Horgan também faz uma analise sobre os “limites do conhecimento e o declive da era cientifica”, dizendo “[...] chegamos tarde. As grandes descobertas já aconteceram [...].” (HORGAN, 1998).
A estrutura da historia da ciência inicia com Bacon (Indutivismo, 1561-1626), momento em que a ciência perde o direito de afirmar verdades acabadas e passa a gerar hipóteses a ser testadas e refutadas empiricamente. O Circulo de Viena retoma esse método no inicio do século XX (1920-1960) até Popper propor o método hipotético-dedutivo (considerado de 1960 a 1980), mas que segue até hoje nas academias. O método de Popper é apenas melhorado por Kuhn, que tira a obrigatoriedade de refutar as hipóteses e introduz o “enunciado” “Paradigma”.
Pela lógica de Kuhn, dois elementos são fundamentais: a estrutura da ciência e a comunidade cientifica. A estrutura da ciência vigente é a estabelecida pela comunidade cientifica e vice-versa. Para Santos

[...] a modernidade é o modo de produção de não-existencia mais poderoso. Consiste na transformação da ciência moderna e da alta cultura em critérios únicos de verdade e de qualidade estética, respectivamente. A cumplicidade que une as “duas culturas” reside no fato de ambas se arrogarem ser, cada uma no seu campo, cânones exclusivos de produção de conhecimento ou de criação artística. Tudo o que o cânone não legitima ou reconhece é declarado inexistente. [...] (SANTOS, 2004, P. 787).   


Na visão de Santos (Idem) a ciência tem suas fragilidades, também percebidas por Gómez (2001) quando diz dos “limites da ciência” e por Hissa quando diz que “A aventura da pesquisa e do estudo não passa pelo conforto dos trilhos retos de uma antecipada certeza” (HISSA. 2008, p. 22) e que “Nas universidades, além de limites, há fronteiras e ricos espaços de resistência do saber.” (Idem, p. 21).

Se os territórios disciplinares estimulam a reflexão sobre possibilidades de diálogos entre os corpos teóricos específicos do conhecimento, serão os próprios limites das ciências assim como os da universidade moderna que dificultarão o transito democrático do conhecimento. (HISSA. 2008, p. 21)

Hissa percebe que

[...]nos interiores da universidade moderna há territórios progressistas: contra-universidades, latentes, feitas de aberturas.” Essas aberturas são percebidas como “possibilidades de construção de territórios transdisciplinares do conhecimento cientifico moderno: feito de limites e de fronteiras, na condição de espaços de resistência do saber e das ricas possibilidades de tradução entre os corpos teóricos disciplinares potencializam o dialogo entre a ciência e as mais variadas formas de saber. No entanto, diante da prevalência de barreiras, emerge uma transdisciplinaridade moderna que [...] se transposta para o ambiente das escolas e das universidades, [...] apresentada efusivamente como a solução para o enfrentamento da crise de formação, insuficiente para a abordagem das complexas questões, originarias das modernidades contemporâneas. (HISSA. 2008, p. 21)

Nesse contexto de necessidade de lançar mão de “uma transdisciplinaridade moderna” a questão ambiental entrou para os espaços de Educação no Brasil. Transdisciplinaridade e transversalidade passaram a fazer parte da linguagem acadêmica como “paradigmas emergentes”. O Ministério da Educação (MEC) criou em 1996 um documento, Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), como diretrizes para o melhor desenvolvimento da relação ensino-aprendizagem, contendo os conteúdos específicos das disciplinas básicas e seis temas transversais: pluralidade cultural, ética, saúde, meio ambiente, trabalho e consumo e sexualidade. Também, em 2006, o MEC definiu orientações curriculares para o Ensino Médio, agrupando as disciplinas básicas em três áreas e agregando a cada uma delas o potencial de “suas tecnologias”: “Linguagem, Códigos e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias.” (MEC. 1996).
Aprendizagem é a forma como se adquirem novos conhecimentos, desenvolvendo competências e mudando o comportamento do ser. Por isso é um processo complexo, que envolve um todo, e não algo solto, fora de contexto. (PERRENOUD, 1999).
Para que o processo da aprendizagem se realize há determinados elementos que se fazem necessários: interesse, necessidade, experiência e motivação. (SENAC, 2006). Também se faz necessário considerar as três etapas fundamentais do processo: aquisição, retenção e transferência do conhecimento. (LINS, 1984).
Um grande desafio para os agentes do processo de aprendizagem humana são a necessidade, a possibilidade e a legitimidade de um processo de aprendizagem para todos, o que pressupõe cidadania, e pensar o processo de aprendizagem como um fenômeno sistêmico e heterogêneo, o que é uma das grandes dificuldades dos profissionais da educação. (HERNANDEZ, 1998).
Com a proposta de uma aprendizagem efetiva, adquirida, retida e transferida no sentido do bem, é que os profissionais da educação precisam planejar suas ações. Envolver no processo o ser completo, razão e emoção, porque somente a educação trabalhada sob a visão de totalidade é que favorece a construção de seres humanos equilibrados, necessários à conservação da vida de todos os seres e do planeta.
Uma vez que a sociedade contemporânea apresenta, à Educação, um contexto de explosão dos espaços de conhecimento, a virtualidade e as novas tecnologias passam a fazer parte do dia-a-dia das crianças, dos jovens e dos idosos. A concepção de educação de Freire (1997) se faz presente nesse contexto social, provocando a necessidade de “ler o mundo” antes de “ler as palavras”. Retirar o dinheiro da aposentadoria com um cartão magnético tornou-se mais importante do que saber ler o letreiro do ônibus que indica seu destino.

A profundidade e a rapidez da penetração das TIC estão transformando muitos aspectos da vida cotidiana. Isso constitui uma das principais marcas do atual período histórico. Ao longo de toda a evolução da espécie humana, nunca houve mutações tão profundas e rápidas. A revolução tecnológica em curso é irreversível nos seus aspectos básicos. Só não é irreversível – e devemos lutar para que não o seja – o manejo econômico-político no qual está inserida atualmente. A questão é, pois, se a lógica da exclusão e SI são inseparáveis ou se a sua coincidência se deve apenas ao predomínio atual da lógica do mercado. (ASSMANN, 1998, p. 17).


Para a presença da tecnologia avançada na Educação não basta boa vontade ou uma sala com computadores de última geração. Faz-se necessário um estudo diagnóstico das reais potencialidades e capacidade de investimento e manutenção, porque um projeto de uso da tecnologia que realmente queira contribuir com o processo de aprendizagem, precisa considerar  quatro elementos básicos: computador, software educativo, professor capacitado e aluno. Computador na escola não é sinônimo de avanço. Para que essa ferramenta participe do processo de aprendizagem ela precisa agir de maneira eficiente, favorecendo a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. Isso será possível não em uma aula com o professor de informática, mas sim no trabalho coletivo da escola como um todo, envolvendo todos e cada um na responsabilidade que é a aprendizagem humana. (SENAC, 2006).

O contexto atual das novas tecnologias vem se estabelecendo em um contexto ambiental que, na sua trajetória, deixa marcas de conflito, de esgotamento e destruição dos recursos naturais, de expansão urbana e demográfica, de crescimento acentuado das desigualdades sócio-econômicas, de perda da biodiversidade e de contaminação crescente dos ecossistemas, entre outros. (BELLO FILHO, 2006).

As ações humanas, no meio ambiente, também envolvendo as novas tecnologias, demonstram um crescente comprometimento da qualidade de vida e da continuidade de vida no Planeta. A análise que precisa ser feita é sobre a proporção com que as novas tecnologias são usadas. Há uma contribuição maior nas soluções dos problemas ambientais ou na criação de novos problemas?
Valer-se das novas tecnologias com o objetivo de humanização é agregar-lhe o valor de contribuinte na solução dos problemas. O diferencial está nas mãos de seres humanos, que criam e se valem das tecnologias para facilitar sua adaptabilidade, mas, antes disso, está o pensamento. Que mundo o ser humano quer para si? Quais suas concepções e desejos?
Reduzir os problemas ambientais a propostas educacionais ou a um problema técnico, este, supostamente fácil de ser resolvido com tecnologias avançadas, ou estritamente ecológico, é limitar um tema resultante de diversos fatores (econômicos, políticos, culturais, sociais, ecológicos) e desconsiderar que a questão ambiental tem a opção das decisões e escolhas político-econômicas e não apenas técnicas. A questão ambiental é, portanto, uma questão técnica, sim, mas também econômica, política, cultural e social.
A Educação precisa de novos projetos para dar conta dos novos desafios e, para isso, tem a seu favor tecnologias avançadas, mas precisa manter presente o que Freire (1997) defendeu tanto em educação quanto em política: “o coração”. É preciso ligar a mão do homem à sua razão, pela emoção. A inteligência emocional é tão fundamental em um contexto que urgem ações que restitua ao ser humano “o acesso a uma natureza e a um homem pacificado”. (CARVALHO. 1991, p. 21).
Outro ponto bastante vulnerável está presente em determinadas propostas educacionais para o ambiente, como a de ressaltar os problemas relacionados ao consumo em detrimento dos problemas ligados à produção, ponto de origem de todo o processo industrial onde se decide o que, quanto e como produzir.
Para Carvalho (idem), nessa visão reducionista, o consumidor é sempre o culpado e, consequentemente, responsável pelo desequilíbrio do meio ambiente. Essa concepção é reforçada pelas novas tecnologias, quando se produzem programas televisivos, sabendo-se que 90% dos expectadores são consumidores, ou quando se disponibilizam textos informativos sobre o meio ambiente, na internet, sabendo-se que a população consumidora dessas informações são iniciantes, estudantes, pessoas em fase de formação de conceitos.
Para o mesmo autor, é uma transferência injusta de responsabilidades, porque a questão não é tratada na sua essência, na sua verdade, evitando tocar nas múltiplas dimensões do problema, especialmente a dimensão produção/consumo, e não apenas consumo. Faz-se necessário perceber que educar para o ambiente com a contribuição das novas tecnologias exige uma compreensão mais integrada do sistema de produção/consumo, com enfoque que privilegie a esfera da produção (causa) em lugar da esfera do consumo (efeito).

 [...] a Educação Ambiental, para ser Educação crítica e transformadora, Educação emancipatória, tem de ser um processo que busque a sustentabilidade, que seja pautado pelo paradigma científico e social da complexidade, que tenha, como diretriz, promover um processo de conscientização, que crie condições radicais de participação de todos os sujeitos envolvidos, de continuidade, que se organize sob o princípio da cooperação e realize esforços para superar a fragmentação do conhecimento, isto é, que se organize sob a lógica da interdisciplinaridade. (TOZONI-REIS, 2006, p. 45)

Há a necessidade de provocar práticas que trabalhem a crítica e a resistência à reprodução e dominação ideológicas. Para isso a escola precisa ser um espaço possível e importante de luta, com um paradigma de educação democrática, participativa, crítica, transformadora, e ética; uma educação comprometida com a vida, a liberdade e o interesse da maioria da população, politizando a questão ambiental e não apenas apontando os problemas e criticando as ações humanas.
Contudo, as práticas utilizadas em um grande número de instituições escolares priorizam o conhecimento científico. Mais uma vez, teorias como as de Freire se dissolvem no ar. Há um fenômeno de esquecimento de que o ser humano é um todo, dentro ou fora dos espaços escolares. O coração, as emoções, a beleza e a vida, no seu sentido mais amplo, pouco são trabalhados ou mesmo considerados, nas atividades ditas “escolares”.
Bastante do conhecimento, cientificamente elaborado, perde-se em discursos, em seminários, em eventos pomposos, sem ser aplicado na efetiva construção da sociedade. Entre as teorias de discurso, perdem-se aquelas que favoreceriam a construção de uma sociedade humanizada se transformadas em paradigmas.

A exclusão social tem aumentado. Ela significa a concretização da ameaça de contínua marginalização de grupos até recentemente integrados ao padrão de desenvolvimento. Enquanto isso, a revolução nas tecnologias de informação e comunicação eleva aspirações de consumo de grande parte da população mundial, inclusive dos excluídos. (OLIVEIRA, 2006, p. 209).


A espécie humana precisa perceber que “há duas grandes comunidades às quais pertencemos: todos nós somos membros da raça humana e todos nós fazemos parte da biosfera global.” (CAPRA. 2005, p. 232). Há que se planejar as ações para se viver em harmonia com as outras espécies. Para isso é preciso desenvolver a capacidade de se poder viver com autonomia e com o máximo de auto-estima. A autonomia humana é essencial para a preservação do planeta, porque, enquanto o ser humano não for capaz de cuidar de cada metro cúbico de onde vive, nunca poderá participar, com êxito, da preservação da vida e do meio ambiente. Para a sobrevivência individual e planetária, é preciso proporcionar, ao ser humano, a oportunidade de uma ética individual, para que ele desenvolva uma ética global.
Com o advento da tecnologia, educadores e ambientalistas precisam desenvolver metodologias que aliem a ciência e a técnica à prática social, para tentarem unificar o que a cultura capitalista fragmentou e continua fragmentando. (SENAC, 2006). É imprescindível avaliar as ações humanas e agregar todos os valores, para se criarem vínculos afetivos com o ambiente, uma idéia que pode parecer contraditória à tecnologia, mas que não é, se essa tecnologia for mais um instrumento contribuinte no processo de desenvolvimento do senso de responsabilidade em cada ser humano. (ALCANTARA, 2006).
Quando se diz que o objetivo da Educação Ambiental é a construção das sociedades sustentáveis, ecologicamente equilibradas e socialmente justas, é ter-se a intenção de trabalhar para uma vida de boa qualidade para todos. Nas sociedades contemporâneas, onde as diferenças são cada vez mais defendidas por teorias e por leis, na medida em que essas diferenças efetivamente aumentam, a Educação Ambiental fica fragilizada. Essa afirmação tem fundamento na realidade de miséria em que a grande massa humana (sobre)vive, enquanto que pequenos grupos esbanjam alimentos, conforto, lazer. Não cabem, no mesmo cenário, “uma sociedade ecologicamente equilibrada e socialmente justa” e “miséria”. (BELLO FILHO, 2006).
Para a Escola pensar em fazer educação com projetos de meio ambiente, em comunidades miseráveis, é ilusão. É preciso, por uma questão de cidadania, trabalhar para erradicar a miséria. Sem isso, dificilmente o ser humano terá acesso à educação e, em conseqüência, não desenvolverá uma consciência ecológica. A defesa da vida exige não apenas a preservação do ambiente físico, mas a defesa do ser humano. A mentalidade ecológica de nada vale se deixa o ser humano á margem. Nenhuma mentalidade ecológica resiste à miséria, à fome e à exclusão social. (DAMINELLI e SILVA, 2006).

Qual é o sonho da sociedade civil mundial [...]? É a inclusão de todas as pessoas na família humana, morando juntos na mesma e única Casa Comum, a Terra.  [...]. O sonho de uma nova aliança dos homens com os demais seres vivos da natureza, plantas animais, aves, entendendo-os, verdadeiramente, como irmãos e irmãs na imensa cadeia da vida, da qual somos um elo entre outros. O sonho de uma economia política do suficiente e do decente para todos, incluindo os demais organismos vivos. (LEONARDO BOFF, 2006, p. 79).

Para que esse sonho se torne realidade, é preciso despir-se das atitudes como a ganância, a inveja, o poder, a arrogância e a violência contra si e contra os outros. E isso perpassa pela construção de uma nova cultura, a cultura de uma sociedade cidadã, que pressupõe pensar gerações futuras. Portanto, uma nova consciência ambiental para se garantir uma sadia qualidade de vida.

A situação do meio ambiente está para uma interdependência global, assim como precisa ser tratada com os princípios da sustentabilidade, para que sejam atendidas suas necessidades básicas; para que haja crescimento econômico em regiões mais pobres com a proteção da natureza e a tecnologia atenda às necessidades humanas e ambientais. É preciso possibilitar o desenvolvimento, mas com a preservação e a conservação do meio ambiente. (DAMINELLI e SILVA, 2006).

“Só será possível sonhar com uma sociedade onde caibam todos se também nossos modos de conhecer conduzirem a uma visão do mundo na qual caibam muitos mundos do conhecimento e do comportamento”. (ASSMANN, 1998).
O avanço tecnológico é inevitável e voltar para praticas sem tecnologia é ilusão. Não volta. É preciso distinguir entre desenvolvimento tecnológico e desenvolvimento científico. No científico que define é o paradigma. No tecnológico o interesse é econômico, político. Se quisermos um mundo melhor (de paz e sem fome), não depende da tecnologia, e sim do humano. Precisa que os homens sejam melhores. É uma questão ética. Melhorar as pessoas. E a Educação é o caminho.
Assim, as crianças em fase escolar podem aprender a usar a tecnologia avançada para, também, perceberem o seu papel no planeta, enquanto agentes sociais, portanto, agentes econômicos, políticos, culturais e responsáveis pela qualidade de vida, que pressupõe a conservação dos recursos naturais.
Se os elementos básicos para o processo de aprendizagem são a necessidade, o interesse, a motivação e a experiência, trabalhar a criança com as ferramentas que lhe são familiares e envolver questões de vida, como é o meio ambiente, é manter presente esses elementos todos. Além disso, favorecer o desenvolvimento de uma comunidade educacional interativa é oportunizar o exercício da cidadania.
O limite das inovações tecnológicas deveria estar em todos os aspectos da vida humana, sem ameaças e violências, mas, sim, para um crescimento digno da humanidade. A dignidade da pessoa humana é um fator que se deve considerar sempre, porque é essencial para a construção de uma sociedade justa, sem crimes, fomes, ou guerras. A educação é uma oportunidade de situações que fazem o povo pensar, dialogar, criticar, analisar. E os educadores, responsáveis pelo processo do ensino, precisam estar atentos aos verdadeiros fins da educação, que é de propiciar, ao ser humano, o ser livre e feliz. (SENAC, 2006).

Bibliografia:
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CARVALHO. D. (Org.). A arte no século XXI: a humanização das tecnologias. São Paulo; Unesp, 1997.

CAPRA, F. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. 13. ed. São Paulo: Cultrix, 2005.

DAMINELLI, R. M.; SILVA, S. M. Casos de Sucesso na Educação Ambiental. Curitiba: IESDE BRASIL S. A., 2006.

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GÓMEZ. Los límites de la ciencia en De Caín a la clonación. Buenos Aires: Altamira, 2001, 193-207.

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HISSA, E. V. Org. Saberes Ambientais. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

HORGAN, El fin de la ciencia. Los límites del conocimiento en el declive de la era científica. Barcelona: Paidós 1998 (cap. 1 y 2)

LINS, M. J. S. C. A estrutura da inteligência do pré-escolar segundo Piaget. Rio de Janeiro: Anima, 1984.

OLIVEIRA, P. S. Introdução à sociologia. 20. ed. São Paulo: Ática, 2001.

PERRENOUD, P. Escola e cidadania. Porto Alegre: ARTMED, 2005.

SANTOS, B. de S. Conhecimento prudente para uma vida descente. São Paulo: Cotez, 2004. 

SENAC. Mídia e tecnologias na educação. Porto Alegre: SENAC – 2006

SILVA, N. K. T. Educação ambiental e cidadania. Curitiba: IESDE, 2006.

TOZONI-REIS, M. F. C. Metodologias aplicadas à educação ambiental. Curitiba: IESDE, 2006.

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