sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Terceiro Fórum da Aliança das Civilizações analisa papel dos migrantes como agentes de mudança e de desenvolvimento

Entre os dias 27 e 29 de maio de 2010, no Rio de Janeiro, Brasil, se realizou o Terceiro Fórum da Aliança de Civilizações das Nações Unidas. O encontro reuniu mais de 7 mil participantes de 120 países de todos os continentes, entre os quais, o Secretario Geral das Nações Unidas, 9 chefes de Estado, 50 Ministros de Estado, 21 organizações internacionais, empresas, universidades, centros de pesquisa, organizações da sociedade civil e grupos religiosos, que debateram em diversas reuniões as raízes dos conflitos mundiais entre as diferentes culturas e como chegar a uma solução para os problemas por meio do diálogo. O Scalabrini International Migration Network (SIMN) também esteve representado neste Fórum pelo seu Diretor Executivo, Pe. Leonir Chiarello.


Durante o Fórum, os participantes abordaram temas que foram desde um novo mapa global de poderes até o aproveitamento das crises como fatores de mudanças, a diversidade cultural como caminho para a paz, a democracia, a boa governança, os direitos humanos e a ética na solução dos conflitos, o emprego e a redução da pobreza, o papel dos “media”, das mulheres e dos líderes religiosos na promoção do desenvolvimento humano e da paz.

Na sessão de abertura do evento, o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Mon, depois de contextualizar os principais conflitos e guerras existentes na atualidade, convidou aos chefes de Estado e a todos os atores políticos e sociais a comprometer-se na construção de sociedades mais inclusivas, fundadas sobre uma convivencia pacífica, sem imposições de um grupo sobre outro ou de uma nação sobre outra. Nesta tarefa, segundo Ban Ki-Mon, a educação tem um papel essencial, porque nos permite “des-aprender” determinados comportamentos para poder valorizar o outro e a sua diversidade. “Somos uma grande familia, com membros diferentes e uma fé comum: acreditamos num mundo melhor para todos”, asseverou o Secretário Geral da ONU.

Entre os debates realizados, teve destaque uma sessão especial sobre “Os migrantes como agentes de mudança e desenvolvimento”. Durante a sessão, coordenada pelo Diretor Geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), William Lacy Swing, o Ministro da Justiça do Brasil, Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, destacou o papel relevante que os imigrantes tiveram e tem no desenvolvimento do país e na construção do diálogo intercultural. Reconhecendo este importante papel dos migrantes, o Ministro afirmou que o Brasil se opôs à tendência negativa e restritiva atual da maioria dos países receptores de migrantes ao aprovar uma legislação que facilita a regularização da situação de imigrantes que vivem no território nacional em situação irregular. Segundo o Ministro, as políticas de liberalização de bens e capitais e, ao mesmo tempo, de restrição e perseguição das pessoas que migram são insustentáveis e obsoletas. Considerando a reação positiva da comunidade internacional frente à Segunda Guerra Mundial, quando os Estados criaram um sistema jurídico internacional inspirado na proteção dos direitos humanos de todas as pessoas, o Ministro reconheceu que a reação frente os atentados de 2001 e 2004 foi um retrocesso ao direito internacional, numa perspectiva de proteção da segurança nacional, em nome da qual se aplica o marco jurídico penal aos migrantes, sem respeitar seus direitos humanos: de vítimas os migrantes se converteram em vitimarios. Nesta mesma perspectiva, a Jornalista do Independent de Londres, Yasmin Alibhai-Brown, afirmou que é insustentavel a atual categorização dos migrantes de primeira classe e de segunda classe. Ela perguntou: “Por quê os migrantes ingleses tem o direito de ir e vir em qualquer país do mundo sem problemas e os imigrantes que chegam na Inglaterra são tratados, desde que chegam aos controles dos aeroportos, como potenciais terroristas?” A solução destes problemas insustentáveis exige o compromisso de todos os atores sociais e políticos para garantir uma convivência equitativa e pacífica para todos.


Para maiores informações sobre a Aliança de Civilizações, consultar: http://www.unaoc.org/  

Para maiores informações sobre o Terceiro Fórum da Aliança de Civilizações (realizado no Rio de Janeiro), consultar www.unaoc.org/rioforum

O IV Fórum da Aliança de Civilizações será realizado em Doha, capital do Catar.

Noticia do site http://www.simn-cs.net/Portugues/Press19.html



A Escola Brancca Maria também esteve representada nesse Forum pela sua Diretora Profª. Leni Chiarello Ziliotto.



Foto oficial dos participantes do III Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)



Sobre a Aliança das Civilizações


O UNAOC mobilizar uma acção concertada para reafirmar um paradigma de respeito mútuo entre os povos de diferentes origens culturais e religiosas. Destina-se a ponte do mundo divide-se e construir a confiança e compreensão entre as culturas e comunidades pelo mundo. Fundada em 2005 como uma iniciativa das Nações Unidas, a Aliança surgiu de uma convicção de que, a fim de alcançar uma paz duradoura, as divisões de longa data entre as culturas precisam ser abordadas.

Em abril de 2007, o Secretário-Geral Ban Ki-moon, nomeou Jorge Sampaio, antigo Presidente de Portugal, como Alto-Representante para a Aliança. Sob sua liderança, a Aliança iniciou um extenso programa de trabalho que inclui uma série de iniciativas concretas e projetos.

Fórum internacional discute união de culturas pela paz.


Foto: Wilson Dias/

Termina hoje, no Rio de Janeiro, o 3º Fórum da Aliança de Civilizações, uma iniciativa das Nações Unidas, que conta com a parceria do governo brasileiro, para reunir países empenhados em repensar as formas de lidar com as tensões entre as culturas. O tema da reunião, que começou na quinta-feira, 27, é “Unindo as culturas, construindo a paz”.


O evento do Rio, primeiro a se realizar fora da Europa, dá continuidade aos Fóruns realizados em Madri, em 2008, e em Istambul, em 2009. O Fórum traz para a “Aliança de Civilizações” um número maior de países africanos e da América Latina.

A Aliança de Civilizações tem como objetivo ajudar a prevenir as graves dificuldades geradas pelo extremismo, utilizando uma nova abordagem: a superação de preconceitos e percepções equivocadas por meio do estreitamento das relações entre sociedades e comunidades de proveniência cultural e religiosa diversas.

A Rede Inter-religiosa Latino-americana de Educação para a Paz (RILEP) participa do Fórum no Painel “Diálogo Inter-religioso e construção da paz a partir da educação religiosa”. A assessora do Setor Ensino Religioso da CNBB, Anísia de Paulo Figueiredo, participa do Painel a convite da RILEP. Ela destacou a importância do diálogo inter-religioso para a educação completa dos cidadãos que frequentam a escola. Admitiu que a escola continua a ser um lugar privilegiado de educação para a paz.

“O diálogo inter-religioso não perde de vista o desenvolvimento de todas as potencialidades do ser humano, entre as quais está a religiosa. Todas elas interagem e oferecem umas às outras valiosas contribuições para o seu desenvolvimento; trata-se de um desenvolvimento que visa à sua maturidade como tal, a sua realização como pessoa e integração ao grupo social a que pertence, em todas as suas contingências e amplitudes; em tal grupo desempenha um importante papel de agente e destinatário da paz”, disse Anísia.

De acordo com a professora, o diálogo inter-religioso “pressupõe a linguagem como metodologia, os motivos comuns como indicadores a impulsionar a comunicação entre os sujeitos, a pedagogia de projetos como ferramenta qualificada para a operacionalização da Proposta Pedagógica da Escola e a interdisciplinaridade como princípio que rege as ações comuns, perpassando a comunicade educativa em seu conjunto”.

Além da professora Anísia, o assessor da Comissão para o Ecumenismo, padre Elias Wolff, também participa do Fórum, que reúne mais 2 mil pessoas de várias nações do mundo. O presidente Lula participou da abertura do evento. Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a missão da Aliança de Civilizações tem como itens mais importantes a promoção de uma sociedade mais inclusiva, o acesso ao emprego a jovens de todo o Oriente Médio, a questão da migração na Europa e a difusão de uma educação mais equitativa para os jovens da África.





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