terça-feira, 29 de outubro de 2013

CAROLINA CONECTADA


Nacional, você.
Sua pele, seu cheiro,
seu jeito de ser.

Madrugada, você.
O vulto na soleira da porta.

À porta, você.
Sua pele, seu cheiro,
seu jeito de ser.

A porta, abriu,
para você.

De mansinho, você
derrubou barreiras,
com seu jeito de ser.

Abri (-me), para você,
para sua pele, para seu cheiro,
para seu jeito de ser.


Leni – novembro de 2012 – do livro “Carolina fechou uma porta”


Trilogia "Carolina". 

Carolina fechou uma porta é o primeiro livro de uma trilogia que trata de sentimentos de pessoas do  mundo. De quem precisa deixar sua terra de origem para buscar melhores oportunidades de vida em outras terras. De quem faz do mundo seu lar. De quem vê além de uma janela, de uma porta...
O segundo já está na Editora, com o título Carolina Conectada e lançamento previsto para dezembro de 2013. 



A forma das pessoas
é aquarela,
são flores, em cores.

O mundo de cada um
é seu chão
e uma janela.

Nela, só ela,
a pessoa,
vê o que crê

Leni, 2004. Do livro "Carolina Conectada". 

29 DE OUTUBRO - DIA NACIONAL DO LIVRO




Leni Chiarello Ziliotto é degistar a surpresa de um universo poético, lírico, cortante como navalha nova. Poemas para refletir ou para sonhar, incisivos na ternura, doces na dissecação dos conflitos e incoerências. Feitos da pura sensibilidade que aflora à pele da mais promissora poetisa gaúcha da nova safra. Dr. Roberto Mauro Arroque.
Ler as poesias talhadas pela Leni Chiarello Ziliotto é entrar em sintonia com as rochas do desejo, das paixões, das fantasias, às vezes incontroláveis e imaturas, porém sempre rochas brutas que necessitam golpes rudes e caricias suaves para poder transformar em uma obra prima, que é a escritura do amor. Um amor ideal, porém descrito a partir da rudez e do realismo como o vivemos a cada dia: um amor capaz de mostrar a beleza da escultura sem disfarçar a rudez da rocha. Leonir Mário Chiarello.
Comentar ou falar sobre as expressões gráficas dos sentimentos da ARQUITETA DAS PALAVRAS, Leni Chiarello Ziliotto é tão difícil como conhecer a verdadeira essência individual das outras pessoas, pois somente a elas cabe a auto-descrição. Leni consegue transformar o estático em movimento, o imaginário no existencial, que nascem das suas navegações ao interior do “ser”. Consegue descrever silhuetas, com letras e motivar desejos, através dos seus personagens. ... coisas, de pranchas, canetas, réguas, compassos, enfim, de ARQUITETA...DAS PALAVRAS. Geraldo Peccin.


Deixei fazeres cotidianos para, durante algumas horas, dedicar-me ao que mais aprecio: ler poemas. MOSAICO DE PALAVRAS, de Leni Chiarello Ziliotto, compensou-me. Se ator é aquele que representa, aquele que veste um personagem, poeta é aquele que inventa, que chega, é aquele que se apresenta, é aquele que cria significado para as palavras. Leni Chiarello Ziliotto é assim. Apresenta-se com um livro como se, de repente, na praça, um novo mosaico, tecido de palavras densas, verbais, substantivas, abertas, plurais, grávidas de significados, passasse a atrair a atenção dos transeuntes, como estes versos: “Abri a cortina dos meus olhos, / vi o mundo através de você, / joguei a toalha para o céu, / tirei a roupa para o futuro, / abracei com carinho meu sonho,...”.       A poesia se constrói com imagens. Já o seu título, MOSAICO, reporta-nos diretamente a uma imagem. A tradição filosófica, segundo Marilene Chauí, sempre deu prioridade à imaginação reprodutora, considerando-a como um resíduo do objeto percebido que permanece retido em nossa consciência. Pode-se sentir a imaginação da poetisa à flor da pele: “Massageia meu corpo / com teu óleo masculino, / beija minha alma / com teus lábios de mel, / estuda meus pontos, / distribui teu cheiro, / abre nossos caminhos / e, na taça da vida, / deita-te comigo / para beberes do meu vinho / e me fazeres mulher.”. Também imagens claras saltam dos versos: “Queira-me! / Queira-me, assim, / entregue, / aberta, / indefesa, / carente, / envolvente! / Queira-me por dentro, / por fora, / por cima, / por baixo, / para a cama, / para o chão! / Queira-me com tudo o que tenho! / Queira-me assim: / Mulher!”. E nem é preciso decifrar um poema que se faz tão claro, transparente e direto. Poesia também brota destes versos: “Vem viver este amor, / neste mosaico de emoções / que sacodem teu corpo, / roubam tua alma, / dominam teu ser, / saciam tua sede / de cada novo / e estranho prazer.”. Eis a principal tonalidade do MOSAICO DE PALAVRAS: a intensidade da poesia expressa em coloridos diversos formando um mosaico inteligível: “O verde da primavera / - em vários tons - / na mata, / no campo, / na montanha... / nos teus olhos! / O verde dos teus olhos, / no meu olhar, / é primavera para mim.”;  “Meu relacionamento é vermelho / forte / fundo...” . Lírica, a poetiza canta a aventura inigualável de ser mãe: “Doce aventura, / assim que brota, / que cresce, / que aumenta. / Doce experiência, / assim que fala, / que canta, / que exala, / que invade os olhos, / as bocas, as mentes, os peitos, / as vidas. // Essa doce experiência, / da aventura / de carregar um filho no ventre.”. MOSAICO DE PALAVRAS tem esses tons e sons. Por vezes, mesmo as palavras mais denotativas, diretas, não deixam de ser poéticas, a exemplo de: ”Namorar, assim, / na mesa do bar, / no olhar, / na meia-idade, / com maturidade, / sem menos emoção, / abre caminhos diferentes, / permite surpresas / aos mesmos corações.” Resumindo, Leni é uma autora que vale a pena ser lida. Geraldo Farina. Professor, músico e escritor.


AMOR MEU SOL

Beijo forte

Beijo roubado

Beijo explicado
Beijo gostoso
Beijo teu




A palavra entusiasmo vem do grego e significa ter um deus dentro de si. Eles eram politeístas. Antigamente, pessoa entusiasmada era a que possuía um desses deuses em si e, por isso, tinha o dom de modificar a natureza, o meio em que vivia, e fazer o mundo acontecer. Segundo os gregos, somente pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano. Era preciso, portanto, entusiasmar-se. A pessoa entusiasmada acredita em si mesma, na sua capacidade de se transformar, e à realidade, e de fazer as coisas darem certo. E Leni é uma dessas pessoas. Seu entusiasmo, contagiante, permite-lhe, e a quem a rodeia, uma nova visão do cotidiano. Ela não é grega nem politeísta, mas tem um desses deuses dentro de si: a poesia! Lizete Abrahão.



Leni cumpriu sua sina de mulher: casou, teve filhos, cuidou da casa, trabalhou e trabalha para contribuir no orçamento familiar. E escreve, assumindo seu ser poeta, deixando vazar seu olhar feminino sobre o mundo, como um modo de se expor e de expor um universo marcado culturalmente, fazendo com que o sujeito lírico ora se identifique com ele e ora se afaste, pendulando entre os preceitos em vigor e o s eu rompimento. Neste seu novo livro, que poderia ser um quase romance em versos, a autora nos conduz por entre outros mistérios da sua poética, como se, soprando um instrumento musical, nos atraísse com a melodia da sua expressão e dos seus mais profundos pensamentos. Provando a desnecessidade de padrões para que um poema se faça emoção, em cada um deles, Leni transborda segredos, desvenda sua consciência humanista, quase de romancista, como pretexto para nos dar a conhecer o despertar da sua Carolina. Lendo-a percebi algo diferente no modo de olhar e napostura dessa recém-nascida personagem poética que me despertou uma curiosidade que, a princípio, não soube compreender bem a razão. Depois, refletindo, vi que Carolina é um novo olhar frente ao mundo, um voltar-se para dentro de si em busca de maior expansão do próprio eu. E foi desse “eu” que nasceu “Carolina que fechou uma porta”, que não se faz de aparências, que não usa máscaras, que olha tanto para o real quanto para o vazio, sem medo algum de perder as ilusões e que fechou uma porta de desencantos, mas que abriu outras portas para novos encantos. No tom de confidência, nos versos livres, nas estrofes heterogêneas e na linguagem coloquial expressiva, pulsam a vida, o lírico da temática amorosa e a reflexão, chamando o leitor para passear com Carolina e conhecer seus mistérios. Lizete Abrahão.


Para Leni

Conheci, uma vez, uma mulher,
Apaixonada pela poesia.

Lápis em punho faz o que quer,
Pelos poemas, vive em magia.

Em melodias faz suas tristezas,
Com garra, com paixão, os versos doma...

Amante e musa quer mais que belezas,
E de mundo constrói sua redoma.

Poeta, ser mulher, pura harmonia,
Habitam-se nas curvas e contornos...

Entre o inferno e um mar de alegoria
Uma só cruz não vale seus adornos.

Leni, vive em amor e vai por mim:
Toma um café e um verso no jardim!


Lizete Abrahão


LENI CHIARELLO ZILIOTTO ESCRITORA
A poetiza
Quem conhece Leni sabe que ela adora escrever, que, se pudesse, passaria a maior parte do seu tempo escrevendo, ou brincando com as letras - sua paixão - como prefere dizer. Aos doze anos, suas veias foram invadidas pela poética. Desde então, é debruçada sobre o papel - hoje, o computador - que continua fazendo do poetar o seu momento de libertação, de invadir seus sonhos e trazê-los para os versos.
Em 2009, organizou e concretizou o projeto Roda-mundinho, incitando os alunos de uma escola de Serafina Correa a participarem da sua execução e selecionando poemas de crianças de até 15 anos. O Roda-mundinho foi idealizado pelo criador do projeto Roda-mundo, Douglas Lara, de Sorocaba/SP, e apoiado pelos seus participantes, em uma interação que veio mostrar que a arte pode ser um lastro importante no erguimento de toda a prática pedagógica.
Em suas obras, Leni imprime a força da inspiração por meio de palavras carregadas de significados. Seu público é composto por adultos e por jovens, talvez por impactar o leitor com uma realidade, às vezes dura, às vezes mítica, às vezes imagética, levando-o a pensar e a questionar-se.
Em alguns momentos, inspira-se na fantasia para recriar a sua realidade e a do mundo feminino, fazendo dela sua companheira, mas recompondo-a, para que a mulher, em especial, desfaça seu mundo de conflitos, colocando-se entre a coragem de tentar assumir seu papel e a audácia de ser mulher. Para essa poetiza, nada é utopia, pois tudo é possível em se querendo.

Publicações
Produção independente
- Metamorfose – poemas. Também traduzido para o italiano, Metamorfosi. 2001
- Mosaico de Palavras – poemas. 2004
- Sonhos Vividos–poemas. E-book publicado por www.yaranazare.com e sua editora. 2005
- Amor meu sol – poemas. 2006
- Sabores – poemas. 2008
- Mosaico de Palavras – poemas. Segunda edição, revista, atualizada e aumentada. 2010
- Carolina fechou uma porta – Primeira edição. 2011
- Carolina fechou uma porta – Segunda edição, revista. 2012
- Carolina fechou uma porta – Terceira edição, revista. 2012

Antologias
- Antologia da Editora Scortecci, lançada na 17ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. 2002
- Voo Independente, antologia da Associação Gaúcha dos Escritores Independentes (AGEI), autografada na 48ª Feira do Livro de Porto Alegre. 2002
- Tempo Definido, coletânea publicada em comemoração aos vinte anos da Editora Scortecci, de São Paulo. 2003
- Tempo de Poesia, Edição Especial de Lançamento Primavera 2003, antologia da Editora Novas Letras. 2003
- Livre Pensador, antologia da Editora Scortecci, autografada na Bienal de São Paulo e da antologia internacional. 2003
- 1ª Antologia Poética, edição histórica AVBL-Associação Virtual Brasileira de Letras. 2004
- Voo Independente, da AGEI, para as Feiras do Livro de Porto Alegre. 2004 a 2009
- 2ª e 3ª Antologia Poética – Literária, Associação Virtual Brasileira de Letras. 2005 e 2006
- Antologia Literária Virtualismo, Escola de Atores, Escritores e Poetas Virtuais. Editora AVBL. 2005
- Roda-Mundo, Roda-Gigante, Antologia Internacional da Editora Ottoni, de São Paulo. 2004, 2005, 2006, 2008 e 2009
- Delicatta, Projeto Literário VII da Editora Delicatta, de São Paulo. 2012
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Organização de obras
- Gestão Escolar - Educação a Distância – Artigos de alunos do curso de Especialização em Gestão Escolar, do município de Guaporé/RS. 2005
- Hai Cais Antologia - Resultado de trabalho pedagógico com alunos do Ensino Fundamental, E-book publicado por www.yaranazare.com e sua editora. 2005
- Contos de Fadas Contemporâneos – Coletânea - Resultado de trabalho pedagógico com alunos do Ensino Fundamental, E-book publicado por www.yaranazare.com e sua editora. 2005
- Psicopedagogia - Educação a Distância - Artigos de alunos do curso de Especialização em Psicopedagogia, dos municípios de Guaporé/RS e São Jorge/RS. 2006
- Psicopedagogia - Educação a Distância 2 - Artigos de alunos do curso de Especialização em Psicopedagogia, do município de Casca/RS. 2006

Textos e poemas publicados em vários sites literários.
            Confere-se essas publicações digitando o nome da autora em sites de busca.

Além disso, Leni é autora da letra da música, Penso, que ganhou o primeiro prêmio como melhor letra no concurso: Sim, Guaporé Tem Talento, na comemoração do centenário de fundação do município. Também, Leni Chiarello Ziliotto é sócia fundadora da Academia Virtual Brasileira de Letras -AVBL, ocupando a cadeira de número quarenta e oito (48) e tendo Adélia Prado por madrinha.


No site www.branccamaria.com.br, no link “Biblioteca”, encontra-se disponível três e-books. Dois deles produzidos por crianças de Serafina Corrêa-RS. Vários textos estão disponibilizados em sites literários, sendo possível conhecer alguns digitando o nome completo da autora em sites de busca.


















DIA NACIONAL DO LIVRO
O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o Dia Nacional do Livro em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional, que ocorreu em 1810. O acervo chegou antes, em 1808, quando a Família Real Portuguesa foi transferida para o Brasil e D. João VI fundou a Imprensa Régia. O acervo era comporto por cerca de 60 mil peças incluindo livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas. Como o prédio da biblioteca ainda não estava pronto, as obras ficaram guardadas no Hospital do Convento da Ordem terceira do Carmo, no Rio de Janeiro. Inaugurada em 1810, a Biblioteca Nacional só foi aberta ao público em 1814.
O primeiro livro publicado no Brasil foi “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga. A partir da metade do século XIX, alguns europeus começaram a se instalar no Brasil e fundar casas editorias. O crescimento editoria cresceu na década de 1930 com a fundação da Companhia editorial Nacional pelo escritor Monteiro Lobato, em 1925. Segundo a UNESCO, a Biblioteca Nacional do Brasil, situada na Avenida Rio Branco, 219, no centro do Rio de Janeiro, é a maior biblioteca da América Latina e a oitava maior do mundo.

A ORIGEM DO LIVRO
Os textos mais antigos foram orações budistas feitas no Japão por volta do ano 770. Mas desde o século II, a China já sabia fabricar papel, tinta e imprimir usando mármore entalhado. Foi então, na China, que apareceu o primeiro livro, no ano de 868. Na Idade Médias, livros feitos à mão eram produzidos por monges que usavam tinta e bico de pena para copiar os textos religiosos em latim. Um pequeno livro levava meses para ficar pronto, e os monges trabalhavam em um local chamado Scriptorium
O ourives culto e curioso Johannes Gutenberg (1398-1468) nasceu em Mainz, na Alemanha e, é considerado o criador da imprensa em série. Ele criou a prensa tipográfica, onde colocavam letras que eram cunhadas em madeira e presas em fôrmas para compor uma página. Essa tecnologia sobreviveu até o século XIX com poucas mudanças. Por Volta de 1456, foi publicado o primeiro livro impresso em série: a Bíblia de 42 linhas. Conhecida como “Bíblia de Gutenberg”, a obra tinha 642 páginas e 200 exemplares. A invenção de Gutenberg marcou a passagem do Mundo medieval para a Idade Moderna: era de divulgação do conhecimento.

A IMPORTANCIA DO LIVRO
O livro é um meio de comunicação importante. Ao ler um livro, evoluímos e desenvolvemos nossa capacidade crítica e criativa. O hábito da leitura aprimora a linguagem e a comunicação com o mundo. O livro impresso ainda representa uma opção interessante de leitura porque podemos ler quando, onde e no ritmo que escolhermos.

 O LIVRO NA ERA DA INFORMÁTICA
Há quem diga que o livro impresso, com o advento do cyberespaço, vai acabar. Outros dizem que as duas versões, a impressa e a eletrônica, vão viver lado a lado. As editoras online disponibilizam ao leitor as duas versões, podendo fazer o pedido do livro impresso, podendo baixar em PDF e imprimir ou ainda ler diretamente no computador ou outro leitor de texto. A ferramenta internet nos fornece duas opções de leitura: online ou offline. Podemos encontrar livros de todos os genros e de todos os gostos em espaços virtuais como o site www.baixelivros.com.
  

Fonte: IBGE



sábado, 26 de outubro de 2013

FAMILIA ZILIOTTO E POLENTAÇO

IV Encontro da Família Ziliotto - Rio Grande do Sul
IV Polentaço - Mato Grosso

Onde você estará?

É hoje, 26 de outubro.



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

IV Polentaço em Nova Mutum-MT

Pode-se dizer que Nova Mutum é a capital da Multiculturalidade.

Cidade moderna. Município pujante. E cada cultura mostrando sua cara, sua força, sua originalidade, sua beleza...

Dia 26 de outubro é a vez da cultura italiana. No salão paroquial, às 20 horas, inicia o IV Polentaço de Nova Mutum, animado por “Musical Sintonia”.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

CIDADE DO MÉXICO GANHA DESTAQUE COM GESTÃO AMBIENTAL EFICIENTE

Através de estratégias sustentáveis, a cidade pretende implantar tecnologia de gestão ambiental para melhorara a qualidade do ar e construir casas de plástico.

A cidade do México projetou o “Plano Verde”, que deve ser concluído até 2021, com estratégias divididas em temáticas como: conservação do solo, habitação e espaço público, água, mobilidade, qualidade do ar, resíduos sólidos, mudanças climáticas e energia. A cidade que já foi a mais poluída do mundo, em 1992, desde então trabalha para mudar este cenário.


A Cidade do México, é a terceira capital mais populosa do mundo segundo a ONU, com um pouco mais de 20 milhões de habitantes distribuídos em 1.485 km² de extensão, ela também já foi considerada a mais poluída do planeta devido à localização geográfica e o alto índice de poluição emitida pelos carros. Durante décadas, a prefeitura buscou melhorias não só na qualidade do ar, mas também em outros setores do desenvolvimento da cidade como transporte, eficiência energética e construções sustentáveis.

Foto: Guillermo Gonzalez/AFP

A cidade do México foi considerada a mais poluída do mundo em 1992, segundo a ONU por três motivos relevantes. O primeiro deles é a concentração das indústrias dentro da região metropolitana. O segundo é devido aos carros da época não possuírem catalisador, sistema que regula os gases tóxicos emitidos, pois dessa forma os veículos jogavam no ar grande quantidade de chumbo, substância que é resultado da queima da gasolina. O terceiro é a localização da cidade, por estar a 2.200 metros de altitude, os níveis de oxigênio nesta altura são baixos, o que gera maior densidade da camada de poluentes que pairam no ar.

As primeiras causas para que fossem criadas medidas que visam a melhoria de vários aspectos da capital mexicana estavam diretamente relacionadas à saúde da população e a qualidade do ar. Para amenizar estes impactos ambientais, em 2007 o governo municipal lançou o “Plano Verde” que pretende, até 2021, atuar com 26 estratégias em 113 estruturas da cidade, dentre elas na revitalização de espaço público, tratamento de água, mobilidade, qualidade do ar, resíduos sólidos, mudanças climáticas, eficiência energética e conservação do solo.

Um dos objetivos principais do “Plano Verde” é reduzir as emissões de CO2 em cerca de 4,5 milhões de toneladas por ano. Grande parte tem origem no sistema de transporte público, que contribui com 1,8 milhão de toneladas anualmente.


Redução da poluição do ar

Implantação do rodízio de carros. Foto: jie.itaipu

Com o objetivo de intensificar as ações ambientais para resolver a questão da poluição do ar, o “Plano Verde” colocou em prática um projeto de rodízio de carros que já tinha começado em 1992. Pelas ruas da Cidade do México é proibida a circulação em dois dias da semana e no sábado das 05h às 22h.
Há 20 anos a prefeitura já trabalhava para driblar os efeitos dos gases poluentes. Por isso criou a inspeção veicular, sistema de análise que verifica as condições de emissão de poluentes.
Ainda para amenizar a demanda de poluentes vindas da frota de mais de 10 milhões de veículos pela cidade, uma das alternativas criadas veio por parte do governo federal, que elaborou leis ambientais para diminuir os gases do efeito estufa até 2020, em cerca de 30%.

Dentro das ações de desenvolvimento sustentável, surgiu em 2008 o Programa de Ação Climática da Cidade do México para analisar como as práticas humanas afetavam o clima local. Em novembro de 2010 apareceram os primeiros resultados positivos. O prefeito Marcelo Ebrard, também presidente do Conselho de Mudanças Climáticas, fez mais de 200 cidades assinarem um documento que firma acordo referente à divulgação das emissões de poluentes e o compromisso de trabalharem para reduzi-las.


Mobilidade urbana

 
Ciclovias na cidade do México. Foto: au.pini


Para incentivar a prática de esportes e diminuir os índices de gases poluentes provenientes dos veículos, o governo investiu em mobilidade urbana com uma estrutura adequada para as bicicletas. Ao todo são 100 km de ciclovias permanentes pela Cidade do México. Aos domingos, boa parte das ruas do centro viram ciclovias e o número sobe para mais 24 km de área própria para pedalar. 

Para Pedro Camarena, arquiteto e especialista em mobilidade urbana na Cidade do México, segundo entrevista concedida para o Jornada Ecológica, “o governo deve estabelecer a infraestrutura para o ciclismo em diferentes áreas para que cidadãos comecem a acreditar na mudança e assim participar mais”.

Na cidade também funciona, desde fevereiro de 2010, outro projeto de mobilidade urbana, o Ecobici, sistema de empréstimo de bicicleta criado pela prefeitura. Para usar o serviço é preciso se cadastrar no site do programa e pagar uma tarifa inicial equivalente a R$ 28 reais. Depois que o sistema identificar o pagamento e o cartão chegar na residência do usuário é só se dirigir as várias estações pela cidade para começar a usar as bicicletas.

Sistema de compartilhamento de bicicletas Ecobici. Foto: gcom

A iniciativa das ciclovias e inclusão das bicicletas como meio de transporte da metrópole rendeu o Prêmio de Transporte Sustentável 2013 pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP, em inglês) dos Estados Unidos, órgão que analisa os projetos de transporte das cidades ao redor do mundo. Na edição do ano passado o mesmo prêmio foi compartilhado pelas cidades de Medellín, na Colômbia e São Francisco, nos Estados Unidos.

A capital mexicana também investiu em transporte coletivo com a criação do Metrobus, ou BRT (Ônibus de trânsito rápido, em inglês), que custou aos cofres públicos o valor de mais de US$ 2 bilhões na expansão do projeto. Cada viagem neste meio de transporte sai no valor de $ 16 pesos mexicanos, cerca de R$ 2,82.

Metrobus da cidade do México. Foto: embragbrasil

No setor de transporte foi realizada uma expansão de 350% do sistema de mobilidade urbana com a criação de novas linhas e a modernização de 84 mil taxis e micro-ônibus. De um modo geral, as iniciativas favoreceram o avanço de forma integrada.


Aquecimento Solar

Os prédios públicos da cidade buscam a certificação LEED através da implantação de aquecimento solar. As medidas de eficiência energética como a troca das lâmpadas incandescentes por fluorescentes mais econômicas também fazem parte do “Plano Verde”.


Política de Resíduos Sólidos

Outra meta do “Plano Verde” está ligada à política de resíduos sólidos, que estabelece normas para a reciclagem. O incentivo ao gerenciamento de embalagens e materiais recicláveis e a utilização de produtos biodegradáveis e/ou recicláveis são para minimizar os impactos no meio ambiente. A medida também prevê reciclar no mínimo 79% dos resíduos. Por isso mais usinas de reciclagem serão construídas e a inserção de campanhas de educação ambiental nas escolas e meios de comunicação estão no projeto.

Foto: razon


Casas construídas com plásticos


No México, mais de 4.500 toneladas de plásticos são descartados e cerca de 90% dos resíduos sólidos vão parar nos lixões, segundo informações do portal de notícias Último Segundo. Para dar um destino útil aos materiais recicláveis, uma empresa de reciclagem de Guadalajara – município ao noroeste da Cidade do México – recicla 40 toneladas de resíduos em placas plásticas que podem ser usadas na construção sustentável.

O material pode ser transformado em placas usadas na construção de casas populares para abrigar 50% da população mexicana. Uma pequena casa de 55 metros quadrados sai no valor de R$ 10 mil.


Eficiência energética

Uma das diretrizes do “Plano Verde” é tratar o lixo orgânico como fonte de energia. O projeto ainda pretende usar 85% desse material orgânico na produção de eletricidade através da queima de biomassa.

Segundo informações do portal El Economista, em setembro de 2012, Fernando Aboitiz, chefe do Ministério das Obras e Distrito Federal – órgão que administra o lixão Bordo Poniente –, disse que são investidos US$ 450 milhões anualmente para levar os resíduos para outros aterros e tentar reaver a proposta feita pelo governo municipal em 2011, de fechamento do lixão. Entretanto, o Bordo Poniente atua na esfera de produção de biogás na cidade. O lixão é responsável por produzir 80 milhões de toneladas de lixo anualmente, e consequentemente, milhões de metros cúbicos de gás metano. Para o colunista José Tamargo, do jornal El Universal, da Cidade do México, o gás pode ser usado em outros serviços públicos da cidade, sendo uma alternativa para mitigar o impacto ambiental do lixão na cidade.

Aterro de Bordo Poniente. Foto: razon




Áreas verdes


A capital mexicana também investiu na expansão e revitalização dos parques e, atualmente, as áreas verdes correspondem a 42% do total do município, dentre eles estão o Alameda Central e o Plaza Tlaxcoaque.


Bosque de Chapultepec. Foto: Uol


Para contribuir com o ar mais limpo na atmosfera, a prefeitura também vai implantar jardins nos telhados de prédios e residências. A meta é alcançar nove metros de área verde por morador.

Atualmente o governo da capital plantou mais de 16.000 m² de jardins nas coberturas de seus edifícios. Desde 2011, para incentivar os cidadãos a fazerem o mesmo, é oferecido 10% de desconto no IPTU (imposto sobre a propriedade predial territorial urbano) para que os moradores criem terraços verdes nas suas casas.

Perto do centro da Cidade do México existe um enorme jardim vertical com 55 mil plantas, que são responsáveis por produzir oxigênio e ajudar a reduzir os índices de CO2, gás metano e outros poluentes emitidos pelas indústrias e veículos.


Jardim vertical no centro da Cidade do México. Foto: ressoar



Educação ambiental em segundo plano


Foto: gcom

A cidade do México mostrou que o empenho de políticas públicas para salvar o meio ambiente gera resultados a longo prazo. Foram necessárias quase duas décadas, desde 1992, para o governo entender a necessidade de planos emergentes ligados à sustentabilidade. Ciclovias, bicicletas de aluguel, telhados verdes e casas de plástico ilustram as iniciativas que deram certo.

Entretanto, no meio de tanta novidade, a implantação dos conceitos de educação ambiental ficou um pouco esquecida, o que não deveria fazer parte do cenário, pois para tornar uma cidade sustentável é preciso que a sociedade também esteja integrada na responsabilidade ambiental e saiba usar com consciência os recursos naturais do planeta.

A ideia que a Cidade do México vendeu foi de que a tecnologia dá um jeito para tudo, sem que o cidadão precise compreender sobre a vida útil dos recursos naturais. Uma alternativa para fazer com que a sociedade passe a adotar medidas sustentáveis no seu cotidiano é investir em planos de educação ambiental, com o objetivo de criar uma conscientização ecológica prolongada, que não dependa das facilidades oferecidas pelos diversos métodos atuais de gestão ambiental.


A Cidade do México conseguiu contornar o problema da poluição do ar com medidas inteligentes e simples. Confira, no dia 23 de outubro, a história de mais uma cidade sustentável que conseguiu transformar o rio, antes totalmente poluído, em um local de lazer em que é possível pescar salmão em sua água límpida.

Fonte: www.pensamentoverde.com.br


Narrativas de Distopia: Reflexões sobre o Mundo Atual na Ficção

1. O Reflexo Distorcido: Distopias servem como espelhos distorcidos da sociedade atual. Ao explorar mundos sombrios e opressivos, os escrito...