Refutação
de alguns argumentos a favor da existência de Deus
Dan Baker
Tradução: João Rodrigues
Os teístas afirmam que
existe um deus; os ateus não. Pessoas religiosas desafiam frequentemente ateus
a provarem que não há deus; mas isso revela um equívoco. Os ateus afirmam que a
existência de deus não está provada, não afirmam que está provada a
inexistência de deus. Em qualquer argumento, o ônus da prova está do lado
daquele que faz a afirmação.
Se uma pessoa afirma ter
inventado um dispositivo antigravidade, não cabe a outros provar que tal coisa
não existe. O crente tem de provar a sua afirmação. Todas as outras pessoas
estão justificadas em recusar acreditar até que a evidência seja apresentada e
substanciada.
Alguns ateus acham que o
argumento é confuso até que o termo “deus” seja tornado compreensível. Palavras
como “espírito” e “sobrenatural” não têm qualquer coisa que lhes corresponda na
realidade, e ideias como “onisciente” e “onipotente” são contraditórias. Por
que discutir um conceito sem sentido?
No entanto, há muitas
linhas de raciocínio teísta e têm sido escritos livros sobre cada uma delas. As
seções seguintes resumem brevemente os argumentos e as refutações. O ateísmo é
a posição base que permanece quando todas as alegações teístas são rejeitadas.
Design
“De onde veio tudo? Como é que
explica a ordem complexa do universo?
Não posso acreditar que a beleza da
natureza simplesmente apareceu por acidente.
O design requer um projetista.”
Este argumento limita-se
a pressupor que é verdade aquilo que quer provar. Qualquer tentativa de
“explicar” algo requer um contexto mais amplo dentro do qual a explicação pode
ser compreendida. Pedir uma explicação do “universo natural” é simplesmente
pedir um “universo mais amplo”.
O universo é “tudo que
existe”. Não é uma coisa. Um deus certamente seria uma parte de “tudo que
existe”, e se o universo requer uma explicação, então deus requer um [outro]
deus, ad infinitum.
A mente de um deus seria
pelo menos tão complexa e ordenada quanto o resto da natureza e estaria sujeita
à mesma pergunta: Quem fez deus? Se um deus pode ser encarado como eterno,
então o universo também pode ser encarado como eterno.
Há design no universo,
mas falar de design do universo é apenas semântica teísta. O design
que observamos na natureza não é necessariamente inteligente. A vida é o
resultado do “design” não-consciente da seleção natural. A ordem no cosmos vem
do “design” da regularidade natural. Não há qualquer necessidade de uma
explicação mais ampla.
O argumento do design
baseia-se na ignorância, não em fatos. O fracasso em solucionar um enigma
natural não significa que não há resposta. Durante milênios os humanos têm
criado respostas míticas para “mistérios” como o trovão e a fertilidade. Mas
quanto mais aprendemos, menos precisamos de deuses. A crença em deus é apenas
responder a um mistério com outro mistério e, consequentemente, não responde a
nada.
“O universo é governado
por leis naturais. Leis requerem um legislador. Tem de existir um Governador Divino.”
Uma lei natural é uma
descrição, não é uma prescrição. O universo não é “governado” por coisa alguma.
As leis naturais são meramente concepções humanas sobre o modo como as coisas
normalmente reagem, não são mandamentos sobre o comportamento, como no caso de
leis sociais. Se o argumento do design fosse válido, a mente de um deus seria
igualmente “governada” por algum princípio de ordem, o que requereria um
legislador superior.
“É impossível que a
complexidade da vida tenha ocorrido por acidente, e a segunda lei da
termodinâmica, que diz que todos os sistemas tendem para a desordem, torna a
evolução impossível. Era necessário um Criador.”
Estas objeções
pseudocientíficas baseiam-se em erros. Nenhum biólogo afirma que organismos
apareceram subitamente num passo de mutação “acidental”. A evolução é a
acumulação gradual de pequenas mudanças ao longo de milhões de gerações de
adaptação ao ambiente. Os humanos, por exemplo, não tinham necessariamente de
evoluir — qualquer uma de bilhões de possibilidades viáveis podia ter-se
adaptado, tornando muito provável que algo sobreviveria à implacável seleção
natural.
Usar probabilidades,
depois do fato consumado, é como um vencedor da lotaria que dissesse: “É
altamente improvável que eu pudesse ganhar esta lotaria, portanto não devo ter
ganho”.
Os criacionistas deturpam
muitas vezes a segunda lei da termodinâmica, que diz que a desordem aumenta num
sistema fechado. A Terra, atualmente, é parte de um sistema aberto, recebe
energia do sol. Conduzida pela entrada de energia solar (e outras formas de
energia, como a química), a complexidade comumente aumenta, como no caso do
crescimento de um embrião ou um cristal. Claro que por fim o sol arrefecerá e a
vida na terra desaparecerá.
Experiência
Pessoal
“Milhões de pessoas conhecem
pessoalmente Deus através de uma experiência espiritual interior.”
A maioria dos teístas
afirma que o seu deus particular pode ser conhecido através de meditação e
oração, mas essas experiências não apontam para algo exterior à mente. O
misticismo pode ser explicado psicologicamente; não é necessário complicar a
nossa compreensão do universo com suposições fantasiosas. Sabemos que muitos
humanos habitualmente inventam mitos, ouvem vozes, têm alucinações e falam com
amigos imaginários. Não sabemos que existe um deus.
Há milhões de crentes em
deus; mas essa é uma declaração sobre a Humanidade, não sobre deus. A verdade
não é algo que se alcança através do voto. As religiões surgiram para lidar com
a morte, fraqueza, sonhos e medo do desconhecido. São mecanismos poderosos para
dar sentido à vida e identidade pessoal/cultural. Mas as religiões diferem
radicalmente umas das outras, e apelos à experiência interior apenas pioram o
conflito.
“Os ateus não têm
discernimento espiritual e dificilmente poderiam criticar a experiência teísta
de Deus. Isso seria como uma pessoa cega negando a existência das cores.”
Muitos teístas afirmam
que deus é conhecido através de uma sensibilidade “espiritual”. Mas será que a
fé é um “sexto sentido” que detecta outro mundo? Céticos negam que tal coisa
exista.
A analogia com o cego não
é apropriada porque as pessoas cegas não negam o sentido da visão, nem negam
que as cores existam. Os cegos e os que veem vivem no mesmo mundo, e ambos
podem compreender os princípios naturais envolvidos. O caminho da luz pode ser
traçado através de um olho normal até ao cérebro. As frequências podem ser
explicadas e o espectro pode ser experimentado independentemente da visão. A
existência da cor não precisa ser aceita através da fé.
O teísta, porém, não
apresenta qualquer meio independente de testar o discernimento “espiritual”,
portanto temos de duvidar disso. O cético não nega a realidade de experiências
religiosas subjetivas, mas sabe que podem ser explicadas psicologicamente sem
referência a um domínio supostamente transcendente.
A afirmação implícita de
que os teístas são os únicos seres humanos “completos” é infundada e arrogante.
Moralidade
“Todos
nós temos um sentido do certo e do errado, uma consciência que nos coloca sob
uma lei superior. Este apelo moral universal aponta para fora da Humanidade. É
consistente que Deus, um ser não-físico, se relacionasse conosco através de tal
meio sublime.”
Aqui está outro argumento
baseado na ignorância. Os sistemas éticos baseiam-se no valor que os humanos
atribuíram à vida: “bem” é aquilo que melhora a vida, e “mal” é aquilo que a
ameaça. Não precisamos de uma divindade para nos dizer que é errado matar,
mentir ou roubar. Os humanos sempre tiveram o potencial para usar as suas
mentes para determinar o que é bondoso e razoável.
Não existe um “apelo
moral universal” e nem todos os sistemas éticos concordam entre si. Poligamia,
sacrifícios humanos, canibalismo (eucaristia), espancamento da esposa,
automutilação, guerra, circuncisão, castração e incesto são ações perfeitamente
“morais” em algumas culturas. Será que deus está confuso?
É contraditório chamar a
deus “ser não-físico”. Um ser tem de existir como alguma forma de massa no
espaço e no tempo. Os valores residem no interior dos cérebros físicos,
portanto se a moralidade aponta para “deus”, então nós somos deus: o conceito
de deus é simplesmente uma projeção de ideais humanos.
“Se não existe um padrão
moral absoluto, então não existe certo e errado absolutos. Sem Deus, não há
base ética e a ordem social desintegrar-se-ia. As nossas leis baseiam-se na
Bíblia.”
Este é um argumento a
favor da crença num deus, não é um argumento a favor da existência de um deus.
A exigência de uma moralidade “absoluta” só vem de religiosos inseguros.
(Voltaire ironizou: “Se deus não existisse, seria preciso inventá-lo”.) Pessoas
maduras sentem-se confortáveis com o caráter relativo do humanismo, visto que
este fornece um quadro de referência consistente, racional e flexível para o
comportamento humano ético — sem uma divindade.
As leis americanas
baseiam-se numa constituição secular, não se baseiam na Bíblia. Quaisquer
textos bíblicos que apoiem uma boa lei só fazem isso porque passaram no teste
dos valores humanos, que são muito anteriores aos ineficazes Dez Mandamentos.
Não há evidência de que os teístas são
mais morais que os ateus. De fato, o contrário parece ser verdadeiro, conforme
evidenciado por séculos de violência religiosa. Em sua maioria, os ateus são
pessoas felizes, produtivas e morais.
Mesmo que este argumento
fosse verdadeiro, seria de pouco valor prático. Cristãos devotos e crentes na
Bíblia não conseguem concordar entre si quanto ao que a Bíblia diz sobre muitas
questões morais cruciais. Crentes comumente adotam posições opostas em assuntos
tais como pena de morte, aborto, pacifismo, controle de natalidade, suicídio
medicalmente assistido, direitos dos animais, ambiente, separação entre igreja
e estado, direitos dos homossexuais e direitos das mulheres. Disso pode
concluir-se que ou há uma multiplicidade de deuses distribuindo conselhos
morais contraditórios, ou um único deus que está irremediavelmente confuso.
Primeira
Causa
“Tudo
teve uma causa, e toda a causa é o efeito de uma causa anterior. Algo deve ter
começado tudo. Deus é a primeira causa, o estático que move, o criador e
sustentáculo do universo.”
A premissa maior deste
argumento, “tudo teve uma causa”, é contrariada pela conclusão de que “Deus não
teve uma causa”. As duas afirmações não podem ser simultaneamente verdadeiras.
Se tudo teve uma causa, então não pode ter havido uma primeira causa.
Se é possível pensar num deus sem causa, então é possível pensar o mesmo do
universo.
Alguns teístas, vendo que
todos os “efeitos” precisam de uma causa, afirmam que deus é uma causa, mas não
é um efeito. Mas ninguém jamais observou uma causa não-causada, e inventar
simplesmente uma causa não-causada apenas pressupõe o que o argumento quer
provar.
(Para um exame detalhado
do moderno “Argumento Cosmológico Kalam”, veja o meu artigo Cosmological
Kalamity.)
Aposta
de Pascal
“Não
se pode provar que Deus existe. Mas se Deus existe, o crente ganha tudo (céu) e
o descrente perde tudo (inferno). Se Deus não existe, o crente nada perde e o
descrente nada ganha. Portanto, há tudo a ganhar e nada a perder ao acreditar
em Deus.”
O argumento, formulado
originalmente pelo filósofo francês Blaise Pascal, é pura intimidação. Não é um
argumento a favor da existência de um deus: é um argumento a favor da crença,
baseado em medo irracional. Com este tipo de raciocínio, deveríamos
simplesmente escolher a religião que tivesse o pior inferno.
Não é verdade que o
crente nada perde. Diminuímos esta vida ao preferir o mito de uma vida após a
morte, e sacrificamos a honestidade à perpetuação de uma mentira. A religião
exige tempo, energia e dinheiro, desviando recursos humanos valiosos do
melhoramento deste mundo. O conformismo religioso, um instrumento de tiranos, é
uma ameaça à liberdade.
Também não é verdade que
o descrente nada ganha. Rejeitar a religião pode ser uma experiência
libertadora positiva, ganhando perspectiva e liberdade para questionar. Os
livres-pensadores sempre estiveram na linha da frente do progresso social e
moral.
Que tipo de pessoa torturaria eternamente
alguém que duvida honestamente? Se o seu deus é tão injusto, então os teístas
correm tanto perigo como os ateus. Talvez deus tenha um gozo perverso em mudar
de ideias e condenar toda a gente, crentes e descrentes por igual. Ou,
invertendo a aposta, talvez deus só salve aqueles que têm coragem suficiente
para não crer!
Pascal era um católico e
supôs que a existência de deus significava o Deus cristão. No entanto, o Alá
islâmico poderia ser o verdadeiro deus, o que torna a aposta de Pascal uma
aposta mais arriscada do que se pretendia.
De qualquer modo, crer
numa divindade com base no medo não produz admiração. Não se segue daí que tal
ser mereça ser adorado.
(Veja o Capítulo 12: “What If You’re Wrong?” em Losing
Faith In Faith: From Preacher To Atheist para uma resposta mais
completa à aposta de Pascal.)
Argumento
Ontológico
“Deus
é um ser tal que nenhum ser maior pode ser concebido. Se deus na realidade não
existe, então é possível concebê-lo como maior do que é. Portanto, Deus
existe.”
Há dezenas de variantes
do argumento ontológico, mas S. Anselmo foi o primeiro a articulá-lo deste
modo. A falha neste raciocínio é tratar a existência como um atributo. A
existência é um dado adquirido. Nada pode ser grande ou perfeito a menos que
exista primeiro, portanto o argumento está invertido.
Uma boa maneira de
refutar este raciocínio é substituir “ser” e “Deus” com outras palavras. (“A
Ilha do Paraíso é uma ilha…”) Dessa forma poderíamos provar a existência de um
“vácuo” perfeito, o que significaria que nada existe!
O argumento esmaga-se a
si próprio, porque pode conceber-se deus como tendo massa infinita, o que é
refutado empiricamente. E está-se a comparar maçãs com laranjas ao se supor que
a existência na concepção pode de alguma forma estar relacionada com a
existência na realidade. Mesmo que a comparação fosse válida, por que é a
existência na realidade “maior” (seja lá o que isso signifique) do que a
existência na concepção? Talvez seja ao contrário.
Não admira que Bertrand
Russell tenha dito que todos os argumentos ontológicos são um caso de má
gramática!
Revelação
“A
Bíblia é historicamente confiável. Não há razão para duvidar dos testemunhos
dignos de confiança que resistiriam em tribunal. Deus existe porque Ele se
revelou através da Bíblia.”
A Bíblia reflete a
cultura do seu tempo. Embora boa parte do seu enredo seja histórico, também há
uma boa parte que não é. Por exemplo, não há apoio contemporâneo para a
história de Jesus fora dos evangelhos, que foram escritos por desconhecidos
entre 30 a 80 anos depois da alegada crucificação (dependendo do perito que
consultarmos). Muitos relatos, como as histórias da criação, entram em conflito
com a ciência. As histórias da Bíblia são apenas isto: histórias.
A Bíblia é contraditória.
Um bom exemplo é a discrepância entre as genealogias de Jesus dadas por Mateus
e Lucas. A história da ressurreição de Jesus, contada por pelo menos 5
escritores diferentes, é irremediavelmente irreconciliável. Peritos descobriram
centenas de erros bíblicos que não têm sido satisfatoriamente explicados por
apologistas.
A Bíblia, tal como outros escritos
religiosos, pode ser explicada em termos puramente naturais. Não há razão para
exigir que seja ou completamente verdadeira ou completamente falsa. O
cristianismo está repleto de paralelos de mitos pagãos, e a sua emergência como
seita messiânica do século II resulta das suas origens sectárias judaicas. Os
autores dos evangelhos admitem que estão a escrever propaganda religiosa (João
20:31), o que é uma pista de que devem ser tomados com algumas reservas.
Thomas Paine, em The
Age of Reason (A Idade da Razão), indicou que a Bíblia não pode ser
revelação. Revelação (se existe) é uma mensagem divina comunicada diretamente a
alguma pessoa. Assim que essa pessoa o relata, isso se torna um rumor em
segunda mão. Ninguém está obrigado a acreditar nisso, especialmente se for
fantástico. É muito mais provável que relatos sobre o miraculoso sejam devidos
a erro honesto, engano deliberado ou interpretação teológica meticulosa de
eventos perfeitamente naturais.
Alegações extraordinárias
requerem provas extraordinárias. Um critério da história crítica é a suposição
de regularidade natural ao longo do tempo. Isso exclui milagres, que por
definição “passam por cima” das leis naturais. Se admitirmos a existência de
milagres, então todos os documentos, incluindo a Bíblia, tornam-se inúteis
enquanto história.
Ciência
“Há
muitos cientistas que acreditam em Deus. Se muitas das pessoas mais
inteligentes do mundo são teístas, então a crença em Deus deve ser sensata.”
Isto não passa de
um apelo à autoridade, que os ateus também poderiam fazer, e até melhor.
Os acadêmicos, como grupo, são muito menos religiosos que a população em geral.
Embora seja fácil encontrar cientistas que são crentes, nenhum deles consegue
demonstrar cientificamente a sua fé. A crença é normalmente um assunto cultural
ou pessoal separado da ocupação e ninguém, nem mesmo um cientista, é imune às
seduções irracionais da religião.
“A nova ciência da física
quântica está a mostrar que a realidade é incerta e menos concreta. Agora há
lugar para milagres. Uma perspectiva teísta do mundo não é inconsistente com a
ciência.”
Isso é um disparate. Um
milagre é supostamente uma suspensão das leis naturais que aponta para um
domínio transcendente. Se a nova ciência torna os milagres naturalmente possíveis
(um conceito contraditório), então não há domínio sobrenatural, nem deus.
Na física quântica, o
termo “incerteza” não se aplica à realidade, mas antes ao nosso conhecimento da
realidade.
O teísmo implica um
domínio sobrenatural. A ciência limita-se ao mundo natural. Portanto, o teísmo
nunca pode ser consistente com a ciência, por definição.
Fé
“A
crença em Deus não é intelectual. A razão é limitada. A verdade de Deus só pode
ser conhecida através de um salto de fé, que transcende mas não contradiz a
razão.”
Isso não é argumento.
Admitir que algo é não-intelectual remove esse assunto do domínio da discussão.
Sim, a razão é limitada: é limitada aos fatos. Se você ignorar os fatos, só
fica com hipóteses e o desejo de que fossem reais.
Fé é a aceitação da
verdade de uma declaração apesar de evidência insuficiente ou contraditória, o
que nunca foi consistente com a razão. A fé, pela sua própria invocação, é uma
admissão transparente de que as alegações religiosas não se conseguem manter de
pé por si mesmas.
Mesmo que o teísmo fosse
uma hipótese consistente (não é), ainda precisaria de ser provado. É por isso
que a maioria dos teístas minimiza a prova e a razão e enfatiza a fé, por vezes
afirmando de forma ridícula que a ciência requer fé, ou que o ateísmo é uma
religião.
Poderes
Psíquicos
“Há
forte evidência de poderes psíquicos, reencarnação e coisas semelhantes. Você
tem de admitir que há ali alguma coisa!”
A maioria dos cientistas
discorda que haja forte evidência para alegações “paracientíficas”. Quando
cuidadosamente examinadas com controles rígidos, são geralmente expostas como
deturpações ou completa fraude.
Mesmo que essas alegações
fossem legítimas, fenômenos misteriosos podem ter explicações perfeitamente
naturais. Nesses casos, os céticos preferem suspender o julgamento em vez de se
lançarem em conclusões supersticiosas.
Conclusão
Deve notar-se que mesmo
que estes argumentos teístas fossem válidos, não estabeleceriam o criador como
sendo pessoal, singular, perfeito e atualmente vivo (exceto o argumento da
“revelação”, que tem a liberdade de criar qualquer tipo de deus que se deseje).
E nenhum desses argumentos lida com a presença de caos, maldade e dor no mundo,
o que torna uma divindade onipotente responsável pelo mal.
Muitos teístas, quando se
apercebem que os seus argumentos filosóficos falharam, recorrem a ataques
pessoais estereotipados. Todos os ateístas são rotulados de infelizes, imorais,
encolerizados, arrogantes, demoníacos, vilões insensíveis que não têm razão
para viver. Isso é falso e injusto. Mas mesmo que fosse verdade, isso não
tornaria o teísmo correto.
Visto que o exame
cuidadoso mostra que todos os argumentos teístas são inválidos, o ateísmo fica
como a única posição racional.
Fonte: Sociedade da Terra Redonda
Disponível
em http://www.str.com/Atheos/refutacao.htm
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