Não sabe se servir das ideias, quem não cultiva as palavras.
Olavo Bilac
Um convite. Um bom convite!
SER DE VISÃO – Volume 1, registra os tudo e os que
ainda será de cada um, de escritores e de leitores. O texto escrito é somente
do autor até o momento que o leitor se apropria das palavras para dar-lhes seu
significado. De todas as emoções envolvidas na escrita dos textos, fica agora a
sua interpretação, caro leitor. Essa é uma viagem individual e que, por isso,
sempre vale a pena.
Convidados a escreverem, professores e alunos,
desde o início do ano letivo de 2016, sabendo que as boas produções seriam
registradas em uma obra impressa, os textos foram produzidos com liberdade
temática, com liberdade de gênero, com liberdade! Para representar a primeira
publicação impressa do Colégio Regina Pacis de Sinop, em Mato Grosso, essa foi
a dinâmica: liberdade!
Dado o primeiro passo, daqui é seguir o caminho,
sempre na direção do melhor. Do melhor para todos. Não poderia ser em um
momento mais especial. Em 30 de janeiro de 2017 as Religiosas da Instrução
Cristã marcaram 20 anos de presença em Sinop pautadas no carisma da
congregação, dedicar-se e consagrar-se
inteiramente à juventude, portanto, à instrução cristã de crianças e jovens
sinopenses. Que essa publicação seja ‘um’ entre os demais elementos de registro
desse importante momento para a Congregação e para Sinop, 20 anos de muito mais
que educação, missão.
Pesquisando a trajetória Regina Pacis em Sinop,
encontramos registros, no periódico ‘Somos Assim’, de poemas, na sessão ‘Antologia’
e na sessão ‘Pudim Literário’. No
periódico do mês de maio, ano de 2000, encontramos nada menos que a ‘Academia
Regina de Letras’ com registro de manifestações como “[...] a leitura vai de
vento em popa [...]” e textos de alunos desde o 1º ano do ensino fundamental.
Pode-se dizer que foi a criação da Academia Regina de Letras, em maio de 2000.
Nos periódicos seguintes ela aparecia como ‘Academia RL’. Depois, ‘Academia de
Letras Regina Pacis’ ao lado da ‘Academia de Artes Regina Pacis’. Percebe-se a intenção e a vontade de
sistematizar, registrar e socializar produções literárias na instituição. Seguindo
a pesquisa, percebemos com certa tristeza que a Academia Regina de Letras bem
como a de Artes não apareceram mais em nenhum registro desde o ano de
2003.
Quiçá quebrando o protocolo de uma apresentação
literária e velemo-nos dessa voz, além de apresentar a obra SER DE VISÃO – Volume 1, provocamos o
resgate de duas Academias do Regina Pacis: a Academia Regina Pacis de Letras e a Academia Rgina Pacis de Artes. Argumento? Palco vazio, todos podem
ocupar. Vamos ocupá-lo com literatura e arte. O menino e a menina que se
envolve com leitura e com arte tem uma visão de mundo muito mais humanizada, e
por isso poderá ser um instrumento de paz com mais propriedade. Nas palavras de
Silvio Luzardo, “O livro nas mãos de uma criança é uma extensão de sua
inocência. Mas também um alimento que começa a ser saboreado para todo o
sempre”.
SER DE
VISÃO.
Um conceito de significado plural. Aqui, diz que os registros são obras da
inteligência, são produções, criações. E também pretende promover a apreensão
da visão que transforma sonhos em realidade.
Este volume I provoca a comunidade Regina Pacis
de Sinop a fazer dele um instrumento de promoção da gestão de processos de
estado e não de governo. Ou seja, passaremos, mas as Academias de Letras e de
Artes permanecerão ativas produzindo, promovendo, vivendo. Que venha o volume
II para o bem geral dos leitores!
Ousamos propor esse livro, fonte de prazer e
conhecimento, como presente a amigos e familiares em ocasiões especiais e não
especiais também, como um bom presente, contribuindo, assim, para a construção
de uma cultura de cultura.
E, como bem disse alguém um dia que livro tem
asas, sabemos que elas poderão levar esses escritos e desenhos para além mar,
nos permitindo repetir e repetir:
Este é um convite. Um bom
convite!
Boa leitura!
FUNDAMENTAÇÃO
O desenvolvimento de
interesses e hábitos permanentes de leitura é um processo constante, que
principia no lar, aperfeiçoa-se sistematicamente na escola
e continua pela vida
afora.
Bamberger
Reconhecer
a importância da literatura e incentivar a formação do hábito de leitura são
funções também da escola. Nesse sentido, a publicação de textos produzidos por
alunos é um caminho motivador e que favorece à criança e ao adolescente o
desenvolvimento da imaginação de forma prazerosa e significativa, bem como a
manifestação de emoções e sentimentos.
O
trabalho de ensino no âmbito conceitual de forma significativa está contemplado
no projeto político pedagógico do Colégio Regina Pacis ao propor que “todas as
atividades didáticas busquem favorecer a criatividade e a autonomia,
considerando a criança e o adolescente agente ativo de seu próprio desenvolvimento”.
Essa concepção está pautada na teoria de Vygotsky, que também fundamenta o
fazer pedagógico no Colégio. (P.P.P. Pag. 05).
Ainda
com base no projeto político pedagógico, esta publicação é uma ação que está no
bojo dos pressupostos metodológicos do Colégio, porque se dá no
planejar, executar,
avaliar e reavaliar as possibilidades, em sala de aula, para ensinar e
aprender, considerando o processo, entre outros, como: [...]; alternativa de
articulação da vida cidadã do aluno, no seu meio social; [...]; veículo para
significar conteúdos sempre ligados em rede/espiral; maneira de o aluno em sala
produzir, construir, montar, experimentar em lugar de reproduzir; [...]; meio
de simbolizar e organizar seu mundo de modo lúdico; alternativa para que o aluno
se sinta afetivamente parte do grupo social; experiência de ver, manipular,
experimentar, verbalizar sobre coisas do mundo em sua volta, ampliando a
vivência da sua linguagem e suas possibilidades mentais, colocando-o em um
mundo complexo de relações que o provoca a organizá-las; [...]. (P.P.P. Pag.
06).
Desenho,
pintura e literatura enquanto arte, também resgata no aluno seu “papel como
agente crítico e transformador, comprometido com os aspectos sociais,
políticos, culturais e econômicos e com o desenvolvimento local, regional e
nacional, na sua forma de pensar, agir e expressar”. Bem como, possibilita ao
aluno um “trabalho criador”. (P.P.P. Pag. 07).
Não é novidade dizer da importância de ouvir e
escrever histórias, do contato com o livro e do hábito de ler para a construção
de sujeitos sociais críticos, responsáveis e atuantes na sociedade, onde as
trocas sociais acontecem rapidamente, seja através da leitura, da escrita, da
linguagem oral ou visual. E se a promoção da leitura e da escrita favorece o
desenvolvimento gradativo do pensamento reflexivo e a consciência crítica em
relação ao mundo, a literatura, segundo teorias da educação, é uma arte da
linguagem e como qualquer arte exige uma iniciação.
Esta
publicação, portanto, pretende contribuir para o exposto com o aval do projeto
político pedagógico do Colégio quando propõe o atingimento dos objetivos:
- criar condições para
que o aluno desenvolva sua competência comunicativa, discursiva, e sua
capacidade de utilizar a língua de modo variado e adequado ao contexto, às
diferentes situações e práticas sociais;
- ampliar e aperfeiçoar
as possibilidades de expressão oral e escrita, fazendo com que os alunos
reconheçam os procedimentos necessários para tanto, além de tornar-se
consciente das intenções implícitas nos discursos cotidianos e aptos à tomada
de posicionamento diante dos mesmos;
- reconhecer a norma
culta da língua como meio de acesso a recursos de expressão e compreensão dos
discursos e, com isso, enfrentar as contradições existentes na sociedade, bem
como afirmar-se como sujeito individual inserido na coletividade;
- possibilitar o acesso
às mais diversas variedades linguísticas, bem como aos mais diferentes textos
que circulam nas esferas sociais;
- valorizar a
experiência linguística do aluno, bem como sua interação social. (P.P.P. Pag.
41).
Como
indicam também os PCNs, o fazer pedagógico no Colégio Regina Pacis possibilita
aos alunos a participação de diversas práticas que envolvem a leitura e a
escrita, o que contribui para sua formação, como já foi dito, enquanto cidadão.
Por isso, adota uma postura que “privilegia a língua como algo vivo, que não
está pronto e acabado”. Uma prática pautada no dizer de Bakhtin (2003) quando
afirma que “o ensino da língua materna não se dissocia do discurso como prática
social, perpassando, portanto, por diferentes vozes, que se ligam, por sua vez,
a diversas ideologias em jogo nas diferentes esferas sociais”. (P.P.P. Pag.
42).
Ao
estimular jovens a produzirem obras supera-se o paradigma de que escrever e
ilustrar um livro são tarefas exclusivamente para intelectuais, mostrando que
crianças e jovens também tem recursos para passar para o papel suas criações.
Respeitando a liberdade de expressão, professores forneceram aos autores deste
livro referenciais que enriqueceram o repertório, trabalhando com muita
leitura, com muita escrita e com muita ilustração. Uma forma de ensinar e de
aprender linguagens construindo personagens, montando histórias, recontando
histórias lidas, interpretando através de imagens, enfim, um ensino com
significado e para a cidadania. Parafraseando Paulo Freire, “educar exige
respeito à autonomia do ser do educando”.
Por
outro lado, o livro impresso parece algo em extinção, visto que vivemos num
contexto de tecnologias avançadas e, por isso, repleto de fontes possíveis e
disponíveis. Para muitas pessoas, os impressos passam a não ter sentido na era
da internet. Contudo, o contato com as páginas de um livro impresso continuará
proporcionando singular prazer e encantamento, assim como as telas do cinema
estão para os filmes em DVD ou pela internet. Essa concepção é para aquelas
pessoas que acreditam que o livro, além de instruir, informar e ensinar, pode
dar prazer.
Mais
do que um colégio, a presença das Religiosas da Instrução Cristã na vida de
crianças e jovens de Sinop, é uma missão. A missão de formar pessoas com
excelência acadêmica e desenvolvimento de valores humanos pela vivência de
virtudes éticas. O perfil do Colégio Regina Pacis é de formação integral para a
cidadania.
Por
isso, a função de cada disciplina aqui envolvida é mais do que a “formação de
um leitor crítico”. O pressuposto é de um ensino com “função humanizadora”,
como, por exemplo, a literatura, que “libera a imaginação, a fantasia,
correspondendo a uma necessidade do homem. Ao mesmo tempo educa, ensina, traz
conhecimento. Ela recria a realidade, mostrando seus aspectos positivos e
negativos; supre uma necessidade humana e, ao mesmo tempo, tem uma função
formadora”. (P.P.P. Pag. 43).
Leni Chiarello Ziliotto
Coordenação de Projetos
Colégio Regina Pacis
Sinop-MT
ALGUMAS IMAGENS INTERNAS DA OBRA
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