A escritura vem para
sarar uma ferida. Ostra feliz não faz
perola.
Ostra para criar
perola, faz sofrer. Escrevo para parar
de sofrer.
Rubem Alves
Era digital. Idade da mídia. Duas palavras-chaves
presentes em 99 % das manifestações acadêmicas, científicas, informais. Para o
Dia do Professor, como se não fossem todos os dias, a regra.
Especificamente neste momento da história
do Brasil, o tema mais evidente seria “a greve dos professores”. E será, neste
parágrafo, para provocar o leitor a acompanhar não apensa o movimento dos
profissionais da educação, mas também todos os outros movimentos - os que
levantaram a voz a partir do mês de junho deste ano; os que optam pelo
anonimato, não menos importantes e potentes; os remotos; os ...
Os apontamentos que seguem não tem a pretensão
de se configurar em receita, e sim em oportunidade para debate e provocação.
Considerando lidos, ouvidos e vividos, pode-se
inferir que:
1. Tecnologias sempre fizeram parte da vida
das sociedades humanas desde a pedra lascada. O que temos hoje são tecnologias
digitais. Tecnologias inovadas, que nos conectam ao mundo, em rede, em espaços
virtuais, em hipertextos, etc. São, para o habitat educacional, novos espaços
de aprendizagem e ferramentas importantes.
2. O dia a dia do “aluno” hoje está imerso em
tecnologias digitais. Ele leva para a sala de aula recursos mais atraentes,
inovadores, “possibilitadores” do que muitos professores. E a essas ferramentas
focam a atenção.
3.
Os recursos
didático-pedagógicos digitais contribuem, auxiliam o processo de
ensino-aprendizagem, tornando-o mais dinâmico, mais atraente. O entendimento do
conteúdo, por parte dos alunos, com objetos digitais, fica mais fácil. No
livro, o conteúdo esta limitado a um texto e uma fotografia. Sendo o aluno de
hoje de um contexto digital, os recursos didático-pedagógicos digitais motivam para
os assuntos mais complexos como a matemática, a física, a química. As animações
complementam explicação do professor. Favorecem mostrar um fenômeno sem entrar
em contato com substâncias perigosas ou tóxicas
4. Contudo, uma pratica pedagógica que
pretende atingir objetivos traçados com eficiência não se limita a um único
recurso, mesmo que esse seja a mídia digital. É necessário lançar mão de
diversos recursos: livros, lousa, vídeos, internet, outros.
5. O principal
desafio do professor hoje, portanto, é inovar. Inovar na “transmissão” do seu
conhecimento, inovar para “saber” receber conhecimento. Inovar para, juntos, “construir”
conhecimento. Ele precisa inserir o digital em sua pratica pedagógica da mesma
forma que insere seu livro didático ou outra ferramenta pedagógica. Acima de
tudo, o professor não pode ter medo do novo.
6. Práticas da profissão “professor” não estão
abolidas com a era digital, como o planejamento. O sucesso de uma aula com a
presença de tecnologias digitais se dá por diversos fatores, entre eles e
bastante importante, o planejamento. O professor precisa ser um pesquisador.
7. Se as teorias da aprendizagem afirmam que o
interesse e o envolvimento do aluno fazem parte do sucesso escolar, o professor
da era da mídia tem a oportunidade de testemunhar esse fenômeno ao mostrar ao
aluno que ele tem autonomia para usar todos esses recursos digitais para
complementar, aprofundar, melhorar sua aprendizagem. Não depende mais apenas do
professor.
8. É próprio do ambiente escolar alguns alunos
e professores desenvolverem cumplicidades. A linguagem de rede social, própria
do aluno da era digital, antes de representar perda no processo ensino
aprendizagem, pode aproximar professor e aluno. O aluno confia mais em uma
pessoa com a qual ele “parece” se identificar. Assim, a comunicação entre
professores e alunos através das redes sociais, faz com que o aluno tenha a
sensação de que o professor “aceitou” em sua tribo.
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O exposto
é simples. A proposta para a escola do século XXI é mais complexa. Os ambientes
de aprendizagens são diversos, assim como as mentes. O importante é que esses
espaços diversos, e abertos, estão abrindo mentes, diversas.
Quem
viver, verá!
Seria em verdade
uma atitude ingênua que as classes
dominantes desenvolvessem
uma forma de
educação que permitisse às classes dominadas
perceber as
injustiças sociais de forma crítica.
Paulo Freire.
Homenagem a todos os professores e
professoras que participaram da minha trajetória de estudante, que continua, e
a todos os professores e professoras do mundo.
Homenagem especial a quem me alfabetizou
para as letras e para o mundo: minha mãe!
Minha professora na 1ª série: Maria
Paula Taufer Chiarello.
Obrigada, mãe e professora!