domingo, 26 de março de 2017

CONSTRUIR O SENTIDO DA EXPERIÊNCIA




1. Filosofia para crianças e educar para o pensar
O professor Dr. Matthew Lipman, filósofo e educador norte-americano, criou o programa Filosofia para Crianças no fim da década de 60. Pioneiro em pensar a contribuição da filosofia para a formação integral das crianças, sua intuição foi aos poucos se constituindo em um novo paradigma de educação: uma prática reflexiva e investigativa (inquiry) em comunidade. Lipman se baseia em John Dewey e Lev Semenovitch Vygotsky que enfatizavam a necessidade de aprender a pensar e não apenas memorizar conteúdos. Incorpora contribuições de diversos psicólogos e filosóficos na estruturação de um projeto de ensino de filosofia.

Podemos acrescentar nesta lista nomes como George Herbert Mead, Charles Sanders Peirce, Jean William Fritz Piaget, Justus Buchler, Gilbert Ryle, Ludwig Joseph Johann Wittgenstein, Martin Mordechai Buber, Immanuel Kant, dentre outros.

Para Lipman há algo em comum entre as crianças e os filósofos: a capacidade de se maravilhar com o mundo. Os filósofos levam esta capacidade de maravilhamento às últimas consequências, descobrindo e investigando os problemas da existência humana. Tais problemas giram em torno de conceitos centrais, comuns e controversos em nossa existência. Dessa forma, os filósofos conseguem criar e construir conceitos e buscar formas de explicação.
  
Tais problemas giram em torno de conceitos centrais, comuns e controversos em nossa experiência. Desta forma, os filósofos conseguem criar e reconstruir conceitos e buscar formas de explicação mais abrangentes para os problemas da vida. As crianças ficam intrigadas com os mesmos conceitos problemáticos, ou seja, colocam-se questões sobre a verdade, as regras, a justiça, a realidade, a bondade, a amizade, etc. Necessitam, portanto, de uma educação filosófica para tratar destas questões e, simultaneamente, aprender os processos do raciocínio e do julgamento.

Filosofia para Crianças tem por objetivo introduzir de forma intencional e sistemática a investigação filosófica na formação das crianças desde os primeiros anos da educação formal e informal. Podemos dizer que a principal tarefa do professor é a de criar condições para que as crianças aprendam os conceitos de forma reflexiva e não mecânica, ainda que, algumas vezes, tenhamos de recorrer a exercícios para bem realizar este trabalho. Se a educação deve realizar a tarefa de aprender a usar a palavra para significar a experiência, então há uma dimensão filosófica em toda atividade docente. Fazer filosofia com as crianças é criar esta prática de pensar, um ambiente onde o questionamento da criança sobre conceitos comuns, centrais, controversos e problemáticos da experiência infantil possam ser adequadamente investigados e não simplesmente respondidos com “verdades absolutas” ditadas pela experiência do adulto.

O pressuposto deste paradigma educacional é o de que a educação deve começar onde está a criança e não onde está o professor. Trata-se, antes de mais nada de respeitar a dignidade da criança, um ser ativo, presente, brincante, pensante, portador e produtor de saberes. Trata-se de garantir o direito à liberdade de pensar, de escolher, de agir e de se expressar.

De acordo com o que já dissemos, fazer filosofia é uma necessidade humana básica para poder lidar de maneira inteligente com os desafios e conflitos da vida da criança e não menos na vida do professor ou de quem ouse abandonar o comodismo dos conceitos prontos ou a rotina que leva a mesmice. Se estas reflexões estiverem corretas, a força do amor implícita na palavra filosofia deveria encorajar todos a se envolver numa luta pela democratização do acesso à filosofia em todas as idades, em todos os momentos da educação que se proponha formadora das pessoas, em todos os espaços da vida, independente de concordar ou não com um caminho para esse objetivo que é Filosofia para Crianças.

Lipman propõe um uma pedagogia para fazer filosofia que é a Comunidade de Investigação. Esta pedagogia se fundamenta no diálogo e na inquirição. Ele criou também histórias e materiais para auxílio do aluno e do professor. As novelas filosóficas, histórias para as crianças, e livros do professor têm por objetivo tornar os conceitos acessíveis para a experiência do filosofar. Lipman é explícito em dizer que estes materiais são apenas uma alternativa, uma forma reunir e sistematizar diversos aspectos que tornariam possível o filosofar com as crianças. Ele defende a importância de criar outras formas de fazer filosofia com crianças.

Assim, com a pedagogia da Comunidade de Investigação e os referidos materiais, Lipman busca “dramatizar” a filosofia para que o encantamento das crianças com as questões filosóficas seja alimentando, permitindo fortalecer as capacidades de pensar e ampliando a sensibilidade para as outras dimensões filosóficas da experiência. E o pensar para ele é multidimensional, ou seja, é crítico, criativo e cuidadoso. Lipman coloca duas ideias regulativas deste paradigma reflexivo: a razoabilidade como propriedade pessoal e a democracia como propriedade social. A Investigação dialógica em comunidade constitui a base para construir a cidadania numa prática democrática. Se falamos em “construir” é porque todos estes conceitos são provisórios e devem ser submetidos constantemente à reflexão inteligente e imaginativa.


2. Educação do pensamento – aprimorar a capacidade de pensar
Filosofia para Crianças propõe que os conceitos e problemas sejam investigados utilizando-se das habilidades de pensamento (habilidades de raciocínio, investigação, interpretação e conceituação) e das habilidades sociais, estas ligadas à empatia, descentralização e agir com base a regras estabelecidas em comum. As habilidades são capacidades que permitem um pensar bem sobre os conceitos. O melhor ambiente para aprender a pensar é a pedagogia da Comunidade de Investigação. Aprender a pensar por si mesmo sobre o próprio pensar é uma forma de investigação filosófica que emprega a lógica para um pensar crítico, a dimensão estética para um pensar criativo e a dimensão ética para um pensar cuidadoso. O pensar multidimensional – crítico, criativo e cuidadoso – está ancorado no campo filosófico. A pedagogia para o aprender a pensar bem é o diálogo investigativo em comunidade. O mesmo processo pode ser ampliado para as outras práticas pedagógicas nas diversas áreas do conhecimento. Pensar é uma atividade holística e a filosofia contribui com uma perspectiva interdisciplinar.
Filosofia para Crianças propõe que os conceitos e problemas sejam investigados utilizando-se das habilidades de pensamento (habilidades de raciocínio, investigação, interpretação e conceituação) e das habilidades sociais. As habilidades são capacidades adquiridas pela experiência que permitem um pensar bem sobre os conceitos e problemas. Pensar bem tem as características de ser autônomo, reflexivo, crítico, criativo, cuidadoso, autocorretivo. Estas capacidades orientam os procedimentos que a inteligência deve tomar em determinada situação problemática. Portanto, são procedimentos inteligentes desenvolvidos através da prática, avaliados e reconhecidos como recursos, instrumentos ou ferramentas do pensamento para construir o conhecimento. São recursos, instrumentos ou ferramentas que permitem nosso pensamento ampliar o conjunto de conceitos e formas de resolver problemas. As habilidades estão em constante processo de aprimoramento á medida em que são empregadas no processo reflexivo ou investigativo. Elas são constituidoras da inteligência humana.
Lipman criou uma classificação de habilidades em quatro grupos:
a) Habilidades de raciocínio: inferir, comparar, identificar semelhanças e diferenças, contrastar, dar razões, definir, aplicar critérios, detectar pressupostos, ambiguidades, contradições, etc. 
b) Habilidades de investigação: observar, problematizar, formar hipóteses, verificar, provar, mesurar, descrever, sintetizar, concluir, etc.
c) Habilidades de formação de conceitos: estabelecer relações de parte-todo / meio-fim / causa-consequências, definir, generalizar, etc.
d) Habilidades de interpretação ou tradução: parafrasear, narrar, descrever, interpretar, perceber implicações, criticar, etc.

As habilidades sociais dizem respeito às capacidades de trabalho com o outro na comunidade. Elas estão ligadas à empatia, à forma de lidar com as próprias emoções, à descentralização e ao agir com base em regras estabelecidas em comum.

O melhor ambiente para desenvolver as habilidades e aprender a pensar é a pedagogia da Comunidade de Investigação. Aprender a pensar por si mesmo sobre o próprio pensar é uma forma de investigação filosófica que emprega a lógica para um pensar crítico, a dimensão estética para um pensar criativo e a dimensão ética para um pensar cuidadoso. O pensar multidimensional – crítico, criativo e cuidadoso – está ancorado no campo filosófico. A pedagogia para o aprender a pensar bem é o diálogo investigativo em comunidade. O mesmo processo pode ser ampliado para as práticas pedagógicas nas outras áreas do conhecimento. A filosofia contribui com uma perspectiva interdisciplinar, buscando um pensar holístico sobre a experiência.

3. Educação ética e política – formação de valores e exercício da cidadania e democracia

A criança aprende, desde muito cedo, a valorar e a perceber as implicações políticas de seu ser e agir no mundo. Ela ainda não tem estas noções tematizadas, ou abstraídas nestes conceitos, mas são capazes de percebê-las. Ela se comove diante da injustiça, do sofrimento e de toda forma de barbárie do mundo globalizado: pobreza, degradação ambiental, violência, fome, abandono, etc. Elas ficam indignadas diante das injustiças.

As crianças vivem diariamente os conflitos e contradições de um mudo que propõe o consumismo e o prazer imediato. Elas questionam estes fatos e querem saber as razões que levam o ser humano a agir desta forma. Elas se interessam em buscar saídas para estes desafios. Se a realidade é desafiadora ética e politicamente, ela é também esperançosa para uma educação voltada para a formação do sujeito moral e político de forma livre, autônoma e crítica. 

Filosofia para Crianças é uma forma de investigação ética sobre os valores, permitindo a construção da identidade de forma livre e responsável. Não é, portanto, uma prática moralizante em que valores, normas e leis são incutidas para serem seguidos como verdades absolutas. O diálogo que se estabelece no processo coletivo de construção de uma Comunidade de Investigação toma os significados dos valores do universo cultural e os submete à reflexão.

A própria Comunidade de Investigação já constitui um paradigma de vivência de valores éticos: o respeito mútuo, a cooperação, a solidariedade, a justiça, a empatia e tolerância diante das diferenças, o cuidado pelo outro, a confiança entre os membros, a esperança nas capacidades humanas.

O ser ético é o que leva em conta o outro no processo de valorar e de agir. A vivência destes valores na comunidade de investigação pode alimentar a continuidade de sua experiência nos relacionamentos em uma sociedade multicultural. Este é o sentido ético-pedagógico deste paradigma filosófico-educacional.

Filosofia para Crianças incentiva e busca desenvolver as capacidades da criança de pensar sobre os valores éticos e torná-los guias para a ação humana. A vida democrática é a que oferece as melhores oportunidades para o crescimento moral e o exercício da liberdade de pensar, expressar e escolher. Quando a criança começa a filosofar – o diálogo investigativo sobre a linguagem que usamos para dar significados ao mundo – está exercitando sua cidadania. Nestas condições, a criança é um ser ético e cidadão, é um sujeito que existe ao mesmo tempo “em si” e “para si.” Ela é protagonista de sua experiência.

Não se trata de um conceito de cidadania fechado, mas aberto à investigação dos sentidos pela própria comunidade. Ser cidadão no mundo atual exige o desenvolvimento da capacidade de pensar e agir de forma crítica, criteriosa, ética, estética levando em conta a justiça e o bem comum. Daí que o exercício da cidadania passa necessariamente pela investigação rigorosa, participativa e pública dos significados e referências da comunidade, constituindo-se uma prática do filosofar ético e político. Neste sentido podemos afirmar que filosofia para crianças tem uma clara política da e para a infância. 

Cidadania é muito mais do que reivindicação de direitos e cumprimento de deveres é um paradigma de conhecimento e de vida democrática alicerçado no diálogo e na investigação. As crianças têm muito interesse e gosto de participar deste processo e é nele que descobrem suas potencialidades e as colocam para o serviço da comunidade toda. Elas adquirem um senso de valor de si mesmas e da comunidade que se traduz no aumento da autoestima. A autoestima tem pelo menos duas dimensões: uma cognitiva e outra afetiva. Por um lado a autoconsciência de que é capaz de que se é capaz de pensar, julgar e autocorrigir-se; por outro lado o sentimento de confiança em si mesmo e nos outros capaz de respeitar e ser respeitado, amar e ser amado. Neste sentido, a autoestima significa ganhar poder na autodeterminação do próprio destino e no destino do mundo.

Responder às perguntas “que pessoa quero ser?” e “em que mundo quero viver?” considerando as condições individuais, sociais e culturais é um desafio diário, já que não são perguntas com respostas acabadas. É um esforço na direção da busca da vida boa e feliz.


http://www.philosletera.org.br



FILOSOFIA PARA CRIANÇAS



Criador do movimento de Filosofia para Criança e professor emérito da Montclais State Universiti nasceu 24 de agosto de 1923 em Vineland, Nova Jersey, e faleceu em 26 de dezembro de 2010, West Orange, Nova Jersey.
Serviu na infantaria dos EUA de 43 a 46 na França e na Alemanha ajudando a libertar os campos de concentração.

Estudou em Stanford, Columbia, na Sorbonne, em Paris, e na Universidade da Áustria, obtendo seu Ph.D. em Filosofia pela Universidade de Columbia em 1954.

Tornou-se professor de Filosofia da Universidade de Columbia, no Sarah Lawrence College e no City College de Nova Yorkem 1950 e 1960.
Suas experiências no ensino de filosofia para os estudantes universitários de educação de adultos, e o fato de ter testemunhado a turbulência política que ocorreu nos campi universitários de todo o país na década de 60 o convenceram de que aprender a pensar criticamente, inquirir sobre questões filosóficas e formar julgamentos razoáveis devem começar muito mais cedo na formação dos estudantes.

Em 1969, com apoio do National Enfowment for the Humanities, começou a escreversua primeira novela filosófica para crianças, Harry Stottlemeier Discovery, traduzido para o Brasil (A descoberta de Ari dos Telles), que foi testada em escolas públicas em Montclair, Nova Jersey.

Em 1972, deixou a Universidade de Columbia para ir para Montclair State College para desenvolver suas ideias sobre o que veio a ser conhecido como “Filosofia para Crianças”.

Em 1974, fundou o Institute for the Advancement of Philosophy for Children (IAOC) (Instituto para o Avanço da Filosofia para Criança), com a co-fundadora Ann Margaret Sharp, e nas três décadas seguintes tornou-se um líder nacional e mundial no campo do pensamento crítico e na área da filosofia pré-universitária e da reforma educacional.

Filosofia para Crianças se tornou o movimento em nível nacional, com workshops organizados em cada estado, através da difusão da Rede nacional do Departamento de Educação. O movimento também se espalhou pelo mundo, com as organizações locais e nacionais em mais de quarenta países e associações regionais na Europa, América Latina e  Australia.

O programa, Currículo das Novelas Filosóficas, foi traduzido para dezenas de idiomas e, em 1985, foi fundado o International Council for Philosophical Inquiry with Children (ICPIC) (Conselho Nacional para a Investigação Filosófica com Crianças) em Copenhagen.

Sua carreira acadêmica envolve cursos de formação em filosofia e educação, escritas no primeiro currículo sistemático do mundo da filosofia pré-universitária, a criação de programas de mestrado e doutorado em Filosofia para Crianças, a realização de pesquisa empírica sobre o pensamento das crianças e sobre a investigação filosófica, fundação da revista Thinking, a realização de conferências e workshops de desenvolvimento profissional, aquisição de bolsas de pesquisa, e a escrita de dezenas de livros e artigos científicos.

Aposentou-se da Montclair State, em 2001, mas manteve-se um estudioso ativo, publicando inúmeros artigos e entrevistas, e escrever a sua autobiografia, que foi publicada em 2008.

Em 1952 casou-se com Wynona Moore (1932-1999), a primeira mulher Africana_Americana a ser eleita para o Senado de Nova Jersey (1971) e membro mais antigo do Senado no momento de sua morte. Tiveram dois filhos, Will, que morreu em 1984, e Karen, que vive em Geórgia. Em 1974, casou com Theresa Smith, que faleceu em 2009.


Joe Oyler – www.montclair.edu/iapc

Democracia e liberdade de pensamento como instrumentos para a manutenção emocional e intelectual das crianças



JOHN DEWEY

 O professor que desperta entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que nenhuma soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter. 

A meta da vida não é a perfeição, mas o eterno processo de aperfeiçoamento, amadurecimento, refinamento.

John Dewey nasceu em 1859 em Burlington, uma pequena cidade agrícola do estado norte-americano de Vermont. Na escola, teve uma educação desinteressante e desestimulante, o que foi compensado pela formação que recebeu em casa. Ainda criança, via sua mãe confiar aos filhos pequenas tarefas para despertar o senso de responsabilidade. Foi professor secundário por três anos antes de cursar a Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. Estudou artes e filosofia e tornou-se professor da Universidade de Minnesota. Escreveu sobre filosofia e educação, além de arte, religião, moral, teoria do conhecimento, psicologia e política. Seu interesse por pedagogia nasceu da observação de que a escola de seu tempo continuava, em grande parte, orientada por valores tradicionais, e não havia incorporado as descobertas da psicologia, nem acompanhara os avanços políticos e sociais. Fiel à causa democrática, ele participou de vários movimentos sociais. Criou uma universidade-exílio para acolher estudantes perseguidos em países de regime totalitário. Morreu em 1952, aos 93 anos. 

Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e prática? De problematizar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem saber, em algumas das concepções de John Dewey, filósofo norte-americano que influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação. 

Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo - uma vez que, para essa escola de pensamento, as ideias só têm importância desde que sirvam de instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia, a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento - físico, emocional e intelectual. 

O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional mas também no interior das escolas.

Estímulo à cooperação
Influenciado pelo empirismo, Dewey criou uma escola-laboratório ligada à universidade onde lecionava para testar métodos pedagógicos. Ele insistia na necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática, pois acreditava que as hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia. Outro ponto chave de sua teoria é a crença de que o conhecimento é construído de consensos, que por sua vez resultam de discussões coletivas. "O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de pensamento", escreveu. Por isso, a escola deve proporcionar práticas conjuntas e promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de forma isolada.

Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando ideias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia a dia. Ao mesmo tempo, reconhecia que, à medida que as sociedades foram ficando complexas, a distância entre adultos e crianças se ampliou demais. Daí a necessidade da escola, um espaço onde as pessoas se encontram para educar e ser educadas. O papel dessa instituição, segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o mundo de um modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido e à compreensão das coisas mais complexas. Em outras palavras, o objetivo da escola deveria ser ensinar a criança a viver no mundo. 

"Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo", ensinou, argumentando que o aprendizado se dá justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A Educação, na visão deweyana, é "uma constante reconstrução da experiência, de forma a dar-lhe cada vez mais sentido e a habilitar as novas gerações a responder aos desafios da sociedade". Educar, portanto, é mais do que reproduzir conhecimentos. É incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar algo. 

A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a chance de testar suas ideias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor.

Liberdade intelectual para os alunos
A filosofia deweyana remete a uma prática docente baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras morais. Isso não significa reduzir a importância do currículo ou dos saberes do educador. Para Dewey, o professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou conceitos já elaborados, deve usar procedimentos que façam o aluno raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois confrontar com o conhecimento sistematizado. Pode-se afirmar que as teorias mais modernas da didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, têm inspiração nas ideias do educador.

Para pensar
Uma das principais lições deixadas por John Dewey é a de que, não havendo separação entre vida e educação, esta deve preparar para a vida, promovendo seu constante desenvolvimento. Como ele dizia, "as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo". Então, qual é a diferença entre preparar para a vida e para passar de ano? Como educar alunos que têm realidades tão diferentes entre si e que, provavelmente, terão também futuros tão distintos?

Priscila Ramalho
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/john-dewey-307892.shtml
John Dewey, Filósofo e Pragmatista

John Dewey (1859-1952) graduou-se em 1879 e exerceu as funções de professor secundário durante dois anos, tempo em que desenvolveu um profundo interesse por Filosofia. Em setembro de 1882, deixou o ensino e retomou os estudos de Filosofia na Universidade Johns Hopkins, onde obteve o doutoramento, com uma tese sobre a ‘psicologia’ de Kant.

Dewey exerceu a função de professor de Filosofia na Universidade de Michigan, onde ensinou a partir de 1884. Três anos mais tarde publicou seu primeiro livro, Psychology, onde propôs um sistema filosófico que conjugasse o estudo científico da psicologia com a filosofia clássica alemã.

Esse livro foi importante para o passo seguinte da carreira de Dewey, o cargo de professor de Filosofia Mental e Moral na Universidade de Minnesota, que assumiu em 1888. No ano seguinte, porém, regressou à Universidade de Michigan para se tornar chefe do Departamento de Filosofia. Em 1894 saiu de Michigan para a recém-criada Universidade de Chicago, onde logo passaria a liderar os departamentos de Filosofia e de Pedagogia, este criado por sua sugestão.

No final da década de 1890, Dewey começou a afastar-se da sua visão basicamente neo hegeliana e a adotar uma nova posição, que viria a ser conhecida mais tarde como pragmatismo.

Depois de problemas na política interna do Departamento de Educação da Universidade de Chicago, Dewey abandonou a instituição para se ligar à Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde permaneceu até ao fim da sua carreira no ensino, em 1930. Continuou, no entanto, a ensinar como Professor Emérito até 1939, e continuou a escrever e a intervir socialmente até às vésperas da morte.

John Dewey é reconhecido como um dos fundadores do pragmatismo norte-americano (juntamente com Charles Sanders Peirce, William James e George Mead), e como representante principal do movimento da educação progressista (ou progressiva) norte-americana durante a primeira metade do século XX. Entre suas obras se destacam: Reconstrução em Filosofia, Experiência e Natureza, A Busca da Certeza, Arte como Experiência, O Público e seus Problemas, e Democracia e Educação.

Filosofia, Educação e Democracia
Como se pode ler em Democracia e Educação, Dewey tentou sintetizar, criticar e ampliar as filosofias da educação democrática ou protodemocrática contidas em Rousseau e Platão. Viu em Rousseau a valorização do indivíduo, enquanto Platão acentuava a influência da sociedade na qual o indivíduo se inseria. Dewey contestou esta distinção. Tal como Vygotsky, ele concebeu o conhecimento e o seu desenvolvimento como um processo social, integrando os conceitos de sociedade e indivíduo. Para ele, o indivíduo somente passa a ser um conceito significativo quando considerado como parte inerente de sua sociedade. Esta, por sua vez, nenhum significado teria sem a participação dos seus membros individuais. Depois, como reconhece na obra posterior Experiência e Natureza, o empirismo subjetivo da pessoa é que realmente introduz as novas ideias revolucionárias no conhecimento.

Para Dewey era de vital importância que a educação não se restringisse à transmissão do conhecimentos como algo acabado – mas que o saber e habilidade adquiridos pelo estudante pudessem ser integrados à sua vida como cidadão, como pessoa.

No laboratório-escola que dirigiu junto com sua esposa Alice, na Universidade de Chicago, as crianças bem novas aprendiam conceitos de física e biologia, presenciando os processos de preparo do lanche e das refeições, que eram feitos na própria classe. Essa ligação entre ensino e prática cotidiana foi sua grande contribuição para a escola filosófica do Pragmatismo. Mas essa iniciativa pedagógica durou apenas três anos, e Dewey teve de deixar Chicago. Criou, então, a famosa Lincoln School, em Manhattan (Nova Iorque), que também durou pouco tempo.

Sua ideias, bastante populares, nunca foram ampla e profundamente integradas nas escolas públicas norte-americanas, embora alguns dos valores e premissas tenham se difundido. Suas ideias de “Educação Progressiva” foram duramente perseguidas no período da Guerra Fria, quando a preocupação dominante era criar e manter uma elite intelectual, científica e tecnológica, para fins militares. No período pós-Guerra Fria, entretanto, os preceitos da Educação Progressiva ressurgiram na reforma de muitas escolas, e o sistema teórico de educação formulado a partir das pesquisas de Dewey tem evoluído.

Dewey é conhecido nos Estados Unidos como um filósofo ‘radical’, profundamente engajado, na teoria e na prática, na luta política e social do seu tempo, em movimentos sociais e em experiências de organização social e política, com posições democrático- radicais, sociais-democratas e mesmo socialistas.

Dewey e o Pragmatismo Filosófico Norte-Americano
John Dewey fundou e conduziu a Escola Pragmatista de Chicago durante os dez anos em que esteve nesta universidade, de 1894 a 1904, um grupo que incluía George H. Mead, pragmatista, representante do socialismo simbólico, em sociologia e psicologia social.

Dewey é uma das três figuras centrais do pragmatismo nos Estados Unidos, ao lado de Charles Sanders Peirce (que re-significou o termo após a leitura da antropologia prática de Immanuel Kant), e William James (que popularizou a concepção pragmatista e a desenvolveu em contato com a filosofia francesa da época e com o pensamento de Stuart Mill). Mas Dewey não chamava sua filosofia de pragmatista, preferindo para ela o termo “instrumentalismo”.
Sua linha filosófica era de influência fortemente hegeliana e neo-hegeliana, mas também, como no caso dos outros dois pais fundadores, de influência empirista e utilitarista.

Assim como houve um ressurgimento da filosofia progressista da educação, as contribuições de Dewey para a filosofia (afinal ele era muito mais filósofo do que pedagogo) também voltaram à baila, a partir dos anos 1970, com pensadores como Richard Rorty, Richard Bernstein e Hans Joas. Mas também Putnam e Habermas.

Por causa de seu processo de orientação e visão sociologicamente conscientes do mundo e do conhecimento, muitas vezes Dewey é tido como alternativa válida a dois modos de pensar – o moderno e o pós-moderno -, mesmo sendo-lhes contemporâneo. No Brasil, Dewey teve considerável influência filosófica, pedagógica e política sobre Anísio Teixeira, entre outros intelectuais brasileiros críticos e progressistas.

https://deweypragmatismo.wordpress.com/sobre-john-dewey/

BIOGRAFIAS



Ludwig Wittgenstein

Ludwig Wittgenstein (1889-1951) foi um filósofo austríaco que contribuiu com colocações inovadoras para a filosofia moderna, nos campos da lógica, da filosofia da linguagem e da mente.

Ludwig Wittgenstein (1889-1951) nasceu em Viena, na Áustria, no dia 26 de abril de 1889. Filho de rica família, em 1906, ingressou na Techinsche Hochschule de Berlim. Em 1908 entrou na Universidade de Manchester, com o objetivo de estudar engenharia aeronáutica. Logo desistiu, e por influência de Gottlob Frege, matemático e filósofo alemão e um dos criadores da lógica moderna, inscreve-se no curso do filósofo britânico, Bertrand Russell, no Trinity College, em Cambridge. Em 1913 muda-se para a Noruega onde se dedica ao estudo de lógica.

Em 1914, quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, alista-se como voluntário no exército austríaco, sendo enviado para a linha de frente na Rússia e na Itália. Em 1918 é ferido e preso pelos italianos e só libertado em 1919. Nessa época, escreve o esboço de sua principal obra, resultado de seus debates com Russel, intitulada “Tratado Lógico-Filosófico”.

Em 1919, após o falecimento de seu pai, renunciou a herança e assumiu o cargo de professor em uma pequena escola primária na Baixa Áustria. Nessa época, elaborou um dicionário ortográfico para o ensino infantil. Em 1921 publicou “Tractatus Logico-Philosophicus” (Tratado Lógico-Filosófico), em alemão e traduzido para o inglês no ano seguinte. Em 1926, em razão de seu estilo rigoroso, demostrando pouca paciência com as crianças que não conseguiam acompanhar seu raciocínio, os pais dos alunos pediram seu afastamento da escola. Em seguida, trabalhou como jardineiro em um monastério nas proximidades de Viena.

Seu retorno à Filosofia se dá aos poucos. Em 1924 inicia contatos com os integrantes do chamado Círculo de Viana, que fundou o sistema filosófico denominado de Positivismo. Em 1929, por influência de Frank P. Ramsey, estudioso de matemática e da filosofia, decide retornar para a Universidade de Cambridge. Nesse mesmo ano recebe o doutorado, apresentando como tese o próprio “Tractatus Logico-Philosophicus”, sob a orientação de Ramsey. A partir de 1930 passa a lecionar na mesma universidade.

No contexto de seus debates com o Círculo de Viana, aos poucos, Ludwig Wittgenstein vai percebendo erros e equívocos graves em sua primeira obra, e começa a escrever “As Investigações Filosóficas”, publicada postumamente em 1953, numa edição bilíngue alemão/inglês.

Em 1939, Ludwig Witttgenstein é naturalizado cidadão britânico. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ofereceu-se como voluntário para os serviços de saúde e trabalha no Guy’s Hospital. Dois anos depois da Guerra, demite-se da Universidade, passando a viver entre a Irlanda, Oxford e Cambridge.

A filosofia de Wittgenstein foi dividida em dois períodos: o primeiro, denominado Wittgenstein I, é o período anterior a 1929, que corresponde ao “Tratado Lógico-Filosófico”, e a enorme influência que exerceu sobre o Círculo de Viena. O segundo, denominado Wittgenstein II, é o período posterior a 1930 e correspondente às “Investigações Filosóficas”, que exerceram grande influência sobre a filosofia analítica em geral, e sobre as escolas de Cambridge e de Oxford.

Ludwig Wittgenstein faleceu em Cambridge, Inglaterra, no dia 29 de abril de 1951.




Karl Popper

Karl Popper (1902-1994) foi um filósofo austríaco, naturalizado britânico, que elaborou teorias que refutavam o ideal totalitário dos regimes comunistas e nazistas. Foi um dos maiores filósofos do século XX. Escreveu livros como a “Lógica da Pesquisa Científica” e “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”.

Karl Raimund Popper (1902-1994) nasceu em Viena, na Áustria, no dia 28 de julho de 1902. Descendente de família judaica recebeu grande incentivo para os estudos. Ingressou na Universidade de Viena e doutorou-se em Filosofia. Com a ascensão do nazismo, emigrou para a Nova Zelândia. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, tornou-se assistente de ensino na London School of The Economics em método científico, e passou a professor em 1949.

Karl Popper esboçou a teoria, cujo fundamento era a ideia do racionalismo crítico, que em sua essência, era uma crítica ao método indutivo e à ciência. Popper achava que, as teorias científicas eram passíveis de erros e críticas, não havendo assim, uma teoria da ciência que fosse eterna e imutável. Segundo ele o que deveria ser feito por outros estudiosos era a comprovação da falseabilidade das teorias científicas para elaboração de outras que poderiam resolver as questões propostas pela ciência.

Karl Popper era um simpatizante do comunismo, mas abandonou o partido comunista quando percebeu que muitos amigos morreram em defesa da causa marxista. Tornou-se adepto das ideias liberais da escola austríaca, seguindo o exemplo de Ludwig Von Misses e F. Hayek.

A obra mais famosa do filósofo é “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos" (1945), onde Popper refletiu que o regime democrático representativo é uma forma de limitar o poder do Estado, e de ideologias como o nazismo e o comunismo que são perigosas para a formação da sociedade aberta e democrática.

Karl Popper faleceu em Kenley, Inglaterra, no dia 17 de setembro de 1994.


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PRAGMATISMO


O que é Pragmatismo

Pragmatismo é uma doutrina filosófica cuja tese fundamental é que a ideia que temos de um objeto qualquer nada mais é senão a soma das ideias de todos os efeitos imaginários atribuídos por nós a esse objeto, que passou a ter um efeito prático qualquer.

O pragmatismo é um pensamento filosófico criado, no fim do século XIX, pelo filósofo americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), pelo psicólogo William James (1844-1910) e pelo jurista Oliver Wendell Holmes Jr (1841-1935), que opondo-se ao intelectualismo, considera o valor prático como critério da verdade.

Ser partidário do pragmatismo é ser prático, ser pragmático, ser realista. Aquele que não faz rodeio, que tem seus objetivos bem definidos, que considera o valor prático como critério da verdade.

Ser pragmático é ter seus objetivos bem definidos, é fugir do improviso, é se basear no conceito de que as ideias e atos só são verdadeiros se servirem para a solução imediata de seus problemas.



O que é Pragmático

Pragmático é o usual, o prático, o costumeiro, é aquilo que habitualmente se pratica. É um adjetivo que se refere àquilo que se realiza conforme a pragmática, que é o conjunto de regras, formalidades ou etiquetas da boa sociedade.

Pragmático é uma palavra com origem no grego "pragmatikus" e no latim "pragmaticu", que significa ser prático.

Pragmático é aquilo que contem considerações de ordem prática, realista, sem rodeios, com alvo bem definido, sem subterfúgios.
Ser pragmático é ser prático é ter objetivos definidos, é fugir do improviso. O pragmático se baseia na lógica, no conceito de que as ideias e atos só são verdadeiros se servirem para a solução imediata de seus problemas.

O pragmatismo é uma doutrina filosófica que se baseia na verdade do valor prático. Uma pessoa pragmática é aquela que busca resolver seus problemas de maneira ágil, prática, que visa mais as soluções do que os obstáculos.







Educação como prática da Liberdade



A CORAGEM DE COMUNGAR (E PUBLICAR) IDEIAS
DE PESSOAS NÃO ACEITAS PELAS “ACADEMIAS”

Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.

O erro, na verdade, não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele.

Não há saber mais ou menos: há saberes diferenciado.

A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado. A diferença entre o inacabado que não se sabe como tal e o inacabado que histórica e socialmente alcançou a possibilidade de saber-se inacabado.

Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.

Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.

A humildade exprime uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém.

Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.

a educação tem a função de libertar, de abrir a mente, de conscientizar e fazer com que as pessoas reflitam sobre suas ações e tomem seu lugar de protagonistas de suas próprias histórias.

Amar é um ato de coragem.

Paulo Freire


E A NOITE FOI DE PREMIAÇÃO – CINEMA EM SINOP


FESTIVAL DE CURTA METRAGEM DO MATO GROSSO
PREMIAÇÃO POLO SINOP


DIA 24 DE MARÇO DE 2017
19 HORAS
NA ESCOLA DE ARTES DE SINOP VIVIANE MARIA MALHEIROS DALBERTO


A noite foi de entrega dos troféus aos vencedores do festival de curta-metragem do Mato Grosso, realizado em Primavera do Leste, Mato Grosso, entre os dias 13 a 16 de março deste ano.

Parabéns a todos os envolvidos que contribuíram para que o resultado fosse esse: 22 indicações e 7 prêmios, entre eles os maiores do festival – Melhor Filme júri popular e Melhor Filme júri técnico.
 
Os filmes que participaram do festival são produto do Projeto Cinema no Mato. Uma realização do Instituto Equipav, por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura e produção do Instituto 3 Apitos Esporte + Cultura. O patrocinador desse projeto é Nascentes do Xingu e teve o apoio das Secretarias de Educação e Cultura dos municípios mato-grossenses participantes: Primavera do Leste, Poconé, Barra do Garças e Sinop.

O projeto em Sinop contou com o apoio da Secretaria da Diversidade Cultural à época e  Águas de Sinop e com a Coordenação da professora, palestrante e escritora Leni Chiarello Ziliotto. 

Os curtas foram produzidos por jovens de 14 a 19 anos, alunos de escolas públicas, que receberam aulas sobre meio ambiente e sobre todo o processo da produção fílmica, ministradas pelos professores Leni Chiarello Ziliotto e Matheus Prado. 

Os filmes “A Decisão Foi Sua” de Sinop e “CauliFlora” de Primavera do Leste, são os grandes vencedores na categoria de melhor filme pelo júri técnico. A escolha do público concedeu ao “Enquanto Houver Vida” de Sinop o prêmio de melhor vídeo produzido pelos alunos do projeto.

Essa noite, em Sinop, a alegria tomou conta dos alunos que receberam os troféus conquistados no I Festival de Curtas de Mato Grosso. A cerimônia foi conduzida por Ana Turra.

Antes da premiação, fizeram uso da palavra:

- Marli Volpato - Diretora da Escola de Artes de Sinop Viviane Maria Dalberto Malheiros.
- Helida Parente - Assistente Social da Águas de Sinop.
- Veridiana Paganotti - Secretária de Educação, Esporte e Cultura Municipal de Sinop.
- Leni Chiarello Ziliotto - Coordenadora e professora do projeto Cinema no mato em Sinop.

Diretores dos curtas produzidos em Sinop:

Filme A DECISÃO FOI SUA – Diretora Débora Vitória das Neves Ribeiro




Filme A BUSCA – Diretora Ílary Mauanny dos Santos Marasini





Filme ENQUANTO HOUVER VIDA – Diretores Kiara Baco Anhon e Gabriel Buriola Perez





Troféus entregues a:

A BUSCA
Diretor de Fotografia - Winy ZaninMelhor

ENQUANTO HOUVER VIDA
Diretor de Som - Eduardo Ribeiro Santos
Atriz Coadjuvante - Rayane dos Santos e Raynara dos Santos
Melhor filme pelo júri popular - Diretores - Kiara Baco Anhon e Gabriel Buriola Perez

A DECISÃO FOI SUA
Continuísta - Larissa Gonçalves de Oliveira
Atriz - Júlia Kessili
Melhor filme pelo júri técnico - Diretora - Débora Vitória das Neves Ribeiro

Após a premiação, os presentes assistiram aos três curtas premiados. 


















Narrativas de Distopia: Reflexões sobre o Mundo Atual na Ficção

1. O Reflexo Distorcido: Distopias servem como espelhos distorcidos da sociedade atual. Ao explorar mundos sombrios e opressivos, os escrito...