domingo, 29 de novembro de 2015

AS CORES E OS AMORES - Evento de lançamento


Os sonhos às vezes tomam emprestadas as partes mais inverossímeis do concreto para compor uma realidade aberta no tempo e no espaço e porosa para as irrealidades circundantes. Muito mais vezes a realidade é quem toma emprestado ao sonho às cores, que jorram com rebeldes desafios às imagens, e as figuras, de intrincados surpreendentes e capazes de reinventar de modo contínuo as paisagens.
         À síntese completa entre a irremediável crueza do fato e a amplitude plástica do onírico costumamos chamar de poesia.
         Mas os poemas também brotam das imagens onde se tenha derramado sobre os traços e as tintas algumas lágrimas ou alguns sentimentos até então amordaçados.
         Assim podem, as imagens, ser tão somente pinturas de sonhos e, então, fechar o circuito virtuoso da voz da alma à qual faltavam contornos e cores e dos derrames de imagens que nasceram sem legenda ainda que tanto tivessem para dizer.
         Mal entreabertas as próximas páginas vereis emergir os traços e os diáfanos de Maria Amélia Arroque Gheller, as cores derramadas da ânfora das emoções de Adriano Figueiredo Ferreira e os ecos de gritos e silêncios nos versos túrgidos de amor de Leni Chiarello Ziliotto. As vozes e imagens que desdobrareis quadro a quadro, ainda que parte do sonho seja, cortam até as profundezas a realidade. Preparai-vos, pois, para chegar ao fim desta senda com respingos até o núcleo sólido da alma...
Dr. Roberto Mauro Arroque



Escrever é humanizar.
É libertar o homem
dele mesmo.












APRESENTAÇÃO

A evolução do homem implica aperfeiçoar as aptidões de interação com o meio envolvente utilizando recursos e instrumentos. O século XXI inicia com um meio caracterizado pela (in)comunicação, mediada por aparelhos e sistemas digitais e por espaços virtuais. O grande conflito? Quiçá!
Geração cabana eletrônica da terceira onda. Cavaleiros do amor. Arte, reflexão, sabedoria, cordialidade, inteligência emocional, senso de beleza, percepção, humor,... amor! Por essa arte, literária e plástica, damos uma rica oportunidade para o homem aperfeiçoar aptidões e desenvolver uma cota de humanidade, porque, por essas, torna- se mais compreensivo e aberto à natureza, ao semelhante e às suas complexidades.
Antepassados, humanos, utilizavam as mãos, diferenciando-se pelo polegar opositor: a pegada! E pelo raciocínio. Humanos, no século XXI, utilizam as mãos, diferenciando-se pelo polegar opositor: a tecla! E pelo raciocínio.
Uma geração que elimina? Algumas coisas, como o Qwerty. Eu queria eliminar... (melhor não dizer)! Porque já está eliminada. É uma questão de tempo. E de raciocínio.
A arte, sempre, sem tempo, em todos os tempos, porque idealista, rudimentar, contemporânea, democrática,..., não importa. Arte! Aqui, pintura e literatura, uma poesia! Este meio promovido por mim, por Adriano e por Maria Amélia é um estímulo favorável ao processo de humanização do homem, o indivíduo da tríade walloniana: cognição, biologia e emoção; ou o indivíduo da dialética marxiana: biologia e cultura; ou apenas: o indivíduo social e feliz.
As atividades motoras de pintar e de escrever, com ressonâncias afetivas e cognitivas, desfilam na passarela da arte para contribuir com o desenvolvimento da cultura e para receber os aplausos do leitor de As cores e os amores. Agradecemos! Enquanto pincéis brincam com cores, palavras brincam com filosofias. Complexificar a linguagem articulada? Necessário e importante para transformar o psiquismo pelos signos internalizados. Dizer que é civilizatória a constituição de instituições, de rituais, de leis, de religiões, de normas políticas e econômicas, de sofrimentos justificados pela ordem social? Já não sei! Sei da Vida!
Porque a Vida não necessita de poder.
Porque a Vida se desenvolve livremente em suas relações de amor.
Porque a Vida aprecia o belo, a arte, o amor entre o céu e a terra, em cores.
Desta história, As cores e os amores, evidencio as propostas do respeito ao corpo físico – uma virtude acessível – e da ascensão espiritual – um caminho que exige encontros muitas vezes indesejados, especialmente com questões de amor e ódio. As pessoas que almejam a vitória sobre si mesmas buscam a luz através do tempo e abandonam, gradativa e sabiamente, a sombra das paixões.
Os embates dos pensamentos humanos nos momentos de conflitos da emoção, individual e social, induzem a olhar para uma dimensão infinita e retornar de lá com energia para seguir o caminho. Conflitos porque este caminho se apresenta como concreto e socialmente histórico. As lutas e as provações são vivas, alimentadas pelo ciúme, pela avareza, pelas ilusões, pelo poder, pela hipocrisia, pela destruição dos ambientes – orgânico, individual, social, natural, emocional.
A reestruturação do futuro exige um olhar-se por dentro e considerar as possibilidades. As experiências são importantes suportes para desenvolver uma inteligência emocional equilibrada e, com isso, ter perspectivas de histórias – individuais e sociais – em que a Justiça seja presença constante porque a Lei não é papel, muito menos palavras; a Lei na perspectiva de uma sociedade humanizada são as ações que abandonam o mal e semeiam o bem.
Ajudar o próximo é uma tarefa difícil em tempos de abundância e entendida como piedade pelos egos cheios de si mesmos. Ação que define o amanhã de cada um, em trevas ou luz; o fenômeno ação-reação. O bem e o mal reagem sobre aqueles que os praticam. À responsabilidade, princípio da vida, ninguém pode fugir. Entre o Céu e a Terra há amor, em cores, e seus filhos transitando pelas esferas desse espaço – do chão às alturas – em sintonia, ou não, com o plano espiritual. Por isso os rituais. Por isso os intelectuais. Por isso os desejos banais. Por isso a possibilidade de portais... para as consciências que se significam na harmonia e na sabedoria da Justiça e da Lei viva, das ações.
... a vida responde segundo a nossa solicitação. Ou vamos ou ficamos.
E entre o Céu e a Terra há amor!
Há cores e amores!

Leni Chiarello Ziliotto

















 




































































































































































































































































































Com a arte podemos perscrutar uma pessoa da maneira mais sincera, pois lá ela se manifesta sem julgamentos. Explicar o amor é dificílimo, pois se trata de algo subjetivo e pessoal. Tão difícil também é explicar o que é a poesia. Posso arriscar dizendo que o amor, a poesia e outras formas de arte são manifestações de uma vida, de um indivíduo, de uma geração...
Cada ser humano vê a vida, os acasos e a arte com diferentes níveis de sensibilidade. Essa multiplicidade é valorizada quando a escritora Leni Chiarello Ziliotto externou sua visão pessoal de mundo e propôs que dois artistas, Maria Amélia Arroque Gueller e Adriano Figueiredo Ferreira “lessem” sua vida e fizessem sua interpretação através das artes visuais. Até aqui o trabalho já é bastante arrojado, mas Leni conseguiu ir ainda mais longe.
A primeira ou a segunda “leitura” de uma poesia nunca encerra suas possibilidades. E, pensando nisso, tanto o texto quanto as obras em tela estão sendo apresentadas aqui para a sua leitura.
Aprecie!
Rita Pettersen
















A primeira, ou a segunda “leitura” de uma poesia nunca encerra suas possibilidades. E, pensando nisso, o texto foi apresentado para os alunos do Colégio Regina Pacis, em Sinop-MT, através das professoras Rita Pettersen e Laínes Baratto. Assim, novas percepções somaram em criatividade. Os adolescentes, do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, concorreram para participar desse projeto tão rico. Confesso que fiquei muito surpresa e satisfeita com o resultado. Espero que essa variedade de visões de mundo os surpreenda, como aconteceu comigo.
Boa leitura e boa apreciação das obras visuais.
Rita Pettersen




















 
















SONHOS

Ainda verdes. Coloridos. Vividos.
Sonhos de criança, de trança.
Sonhos.
Escola.
É a vida. Sofrida. Colorida.
Sou eu. Somos nós.
E nós. Desfeitos.
Os caminhos.
Trilhados. Suspeitos, abertos... futuro.
Coloridos!
Sonhos.








Narrativas de Distopia: Reflexões sobre o Mundo Atual na Ficção

1. O Reflexo Distorcido: Distopias servem como espelhos distorcidos da sociedade atual. Ao explorar mundos sombrios e opressivos, os escrito...