domingo, 5 de fevereiro de 2012

O amor entre o céu e a terra

O amor entre o céu e a terra, após a Polinésia,
acontece somente na água.

Na água do mar.
Na água do rio.
Na água da fonte.
Na água da chuva que corre pela calçada ou pela lama.
Em todo lugar, que haja água.

Os filhos do céu e da terra, gerados na água,
são todos órfãos, ou de pai ou de mãe.

Enquanto na terra são órfãos de pai,
ao se irem para o céu ficam órfãos de mãe.

A mãe sabe que não perde seus filhos.
Todos vão ao pai.

A chuva é a certeza de que mais um filho chegou bem.
Os trovões avisam que ele está chegando.
Com a chuva, o vento festeja.

E, na rua, na lama, no lago, na fonte, no rio, no mar,
onde houver água, céu e terra se amam.

Um amor que
abre caminhos,
contorna obstáculos,
desvia perigos,
ignora (ou destrói) inimigos,
se renova a cada momento,
segue seu curso,
convida seus filhos,
a cantar a existência
do amor verdadeiro.

Leni Chiarello Ziliotto
02 de Fevereiro de 2012
Buenos Aires



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